Os vereadores de Americana realizaram uma manobra e rejeitaram – por falta de quórum – em sessão extraordinária nesta terça-feira, o projeto de emenda à Lei Orgânica do Município nº 2/2020, de autoria do vereador Gualter Amado (Republicanos), que proíbe a destinação de resíduos sólidos de outras cidades a aterros sanitários instalados em Americana.
A maioria dos parlamentares, sem explicar seus respectivos votos, optaram por se abster da votação e “não opinar” sobre o tema. Se abstiveram os vereadores Dra. Rosangela (Cidadania), Fernando da Farmácia (PTB), Gabriel Girardi (MDB), Leonora Périco (PDT), Marcos Caetano (PL), Marschelo Meche (PL), Pastor Miguel Pires (Republicanos) e Thiago Brochi (PSDB).
Na prática, com a rejeição, o aterro sanitário do município continuará com a permissão para receber lixo de outras cidades. O projeto com a permissão foi aprovado na Câmara em 2019. ainda não recebe, mas está autorizada.
Usaram a palavra para falar sobre o tema, que já foi discutido em diversas reuniões e audiências públicas, apenas os vereadores Gualter Amado (Republicanos), Dr. Daniel (PDT), Professora Juliana (PT) e Vagner Malheiros (PSDB). Nenhum outro vereador se manifestou.
“A promessa era outra. Não houve nenhum avanço na questão de uma política inovadora, o que vemos é um aterro convencional. Já se passaram 2 anos e a empresa não fez nenhum movimento concreto nesse sentido”, disse a vereadora Juliana.
“Os vereadores entenderam que não era hora de votar esse projeto e dar mais um voto de confiança para a empresa. Se caso a gente ver que não vai acontecer e não vai ter investimento, dentro de um período a gente coloca o projeto e derruba”, disse o presidente da Câmara, Thiago Martins (PV).
Na época, a empresa responsável pelo aterro afirmou que seria construída uma usina de reciclagem com tecnologia de ponta, o que, segundo Gualter, sequer existe entrada de projeto na Cetesb.
Delmo Conti Pescuma, gerente técnico operacional da UTGR Americana, defendeu, em 2019, a instalação da usina, que ainda não saiu do papel e foi, nesta terça, um dos principais questionamentos dos vereadores que se posicionaram.
PROMESSA: “Hoje Americana entra em uma outra fase, diria até de pioneirismo, no que diz respeito ao tratamento de resíduo orgânico familiar. Essa dualidade que existe entre a base de governo e oposição, que um ganhou ou deixou de ganhar, isso é falácia. O que existe, na realidade, é o ganho que o município vai ter. O pioneirismo de você ter implantada aqui uma usina de primeiro mundo que vai reciclar esse lixo dando dividendos, dando receita acessória e gerando empregos”.