Eu… eu… nem eu mesmo sei, nesse momento… eu… enfim,
sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas achoque já me transformei várias vezes desde então.– Lewis Carroll
A política é mesmo uma imensa incógnita. Ocorre que perdemos a referência e o Brasil mais do que nunca precisa de ¨heróis¨ e líderes em que possamos nos espelhar. Quando criança nossos pais indicavam o caminho que, provavelmente deveria nos conduzir ao sucesso, sem nunca prejudicar outrem. Contudo, aprendemos com o tempo que não existe uma fórmula única que resulte numa educação eficaz e assegure um futuro repleto de vitórias e soluções mágicas no enfrentamento dos problemas que a vida nos reserva. Sem dúvida, na relação doméstica há sim uma realidade e um horizonte provável quando temos a sorte de conviver com uma família estruturada sócio/econômica/cultural. Daí para o campo político, o que nos intriga é que diversos setores da sociedade possuem acesso a cargos eletivos e independentemente de conveniências sócio/ideológicas, não conseguimos sequer imaginar qual será a afinidade e os interesses que os eleitos irão defender, corroborar e, ou exercer com lealdade suas funções diante daqueles que dedicaram seu voto, sua esperança e incondicional confiança. Então por que elegemos pessoas totalmente destoada e distante de nossos objetivos e de nossas expectativas? Se sabemos de antemão que essas pessoas, considerando seu passado, suas iniciativas e feitos negativos- portanto prejudiciais ao povo-, por que as colocamos no poder? Há uma diferença profunda entre inimigo e adversário na vida política, social, pública, econômica, etc. O inimigo vai tentar de todas as maneiras te destruir, opor a todas ações e valores que uma pessoa possui. Já o adversário, mesmo diante de uma possível derrota, está aberto a conversações, negociações e revisão quanto aos problemas, projetos e propostas defendidas por seus rivais. As atitudes reacionárias, autoritárias injustas comumente elaboradas e executadas pelos nossos governantes não são enigmas indecifráveis. ?? de simples percepção quando esses “representantes” mandam as favas seus eleitores, então vejamos: como seu governo vem conduzindo a saúde, a educação, o saneamento, a segurança… como eles gastam o dinheiro do orçamento constituído através do pagamento compulsório de impostos que fazemos todos os anos de nossa existência. Como por exemplo: um simples vereador debate e conduz, através de seu voto, projetos e problemas elencados pela população de determinado município? Enfim, vamos nos desfazer do mistério em que não somos adversários e nem inimigos de quem quer que seja, mas que: ao elegermos políticos sabidamente desonestos e corruptos é porque vemos alguma vantagem, nos sujeitamos algum benefício imediato ou a troca de futilidades. Todavia, “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. ?? o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. (Fernando Pessoa)
PAULO CESAR CASSIN