A indústria registrou alta no faturamento, no emprego, na massa salarial e no rendimento médio. É o que mostra a pesquisa Indicadores Industriais relativa ao mês de junho, divulgada nesta quarta-feira (3) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dados refletem um ambiente econômico mais favorável para a indústria de transformação, que atingiu o ponto mais alto de 2022.
De acordo com a pesquisa, a indústria de transformação ainda enfrenta gargalos que dificultam o aumento da produção, mas na medida em que a atividade econômica se recupera, a indústria tem obtido avanços graduais. O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, alerta que o segmento tem conseguido contornar ou minimizar as dificuldades relacionadas ao fornecimento de insumos e matérias-primas.
“Observamos alta no faturamento real, além da recuperação do emprego e dos rendimentos desacompanhada do aumento das horas trabalhadas e da utilização da capacidade instalada, que permanece elevada, sem variações expressivas desde o início do ano”, detalha o gerente da CNI.
Faturamento, emprego e salário crescem
Os Indicadores Industriais apontam uma alta do faturamento real da indústria de transformação de 0,9% em junho, na comparação com maio. Este foi o segundo aumento consecutivo, levando o índice para o maior patamar do ano. Segundo os dados, o faturamento chegou ao mesmo nível de um ano atrás, ficando apenas 0,1% abaixo do índice de junho de 2021.
O emprego industrial avançou 0,4% na comparação com maio, acumulando a segunda alta consecutiva depois de três meses de quedas moderadas. Em relação a junho do ano passado, o crescimento é ainda maior – de 2%.
Outro dado positivo foi o aumento de 2,4% entre junho e maio da massa salarial da indústria de transformação, que chegou ao seu ponto mais elevado desde março de 2020. Na comparação com junho do ano passado, a alta foi de 2,5%.
Também houve alta, em junho de 2022, no rendimento médio real dos trabalhadores da indústria – 1,9% em relação a maio. Com esse crescimento, o índice atingiu o nível mais alto do ano, chegando próximo ao patamar do primeiro semestre de 2021. Na comparação com junho do ano passado, o rendimento médio cresceu 0,5%.
Horas trabalhadas se mantêm estáveis
A pesquisa mostra, ainda, que as horas trabalhadas na produção se mantiveram estáveis em junho após o avanço de maio. Com a estabilidade, as horas trabalhadas na produção se mantêm em patamar próximo ao do começo de 2022 e acima do praticado em 2021. Na comparação com um ano atrás, o crescimento foi de 3,8%.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI), por sua vez, registrou queda em relação a maio, embora permaneça em nível elevado, de 80,4%. O recuo mensal foi de 0,3 ponto percentual. Já na comparação entre junho de 2022 e o mesmo mês de 2021, o indicador caiu 1,5 ponto percentual.