São muitas as reportagens em noticiários e jornais onde mostram escolas e unidades de saúde em péssimo estado por todo o país. O brasileiro paga muito por tudo isso, pois além dos tributos, ainda precisa pagar por assistência médica particular, escola de qualidade, segurança, transporte e estradas sem buracos.
E não é culpa da história não. Segundo o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, João Eloi Olenike, “o que o país precisa é investimento nas áreas essenciais como saúde, educação e segurança, e dá para fazer”.
São muito trilhões de reais arrecadados e gastos com a máquina pública que parece existir para servir a si mesma. Em junho, o painel do Impostômetro, sistema da Associação Comercial de São Paulo em parceria com o IBPT, registrou o primeiro trilhão do ano pago em tributos.
Para medir tudo isso, e na esperança de que um dia o cenário melhore, o IBPT criou o Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade, o IRBES.
“Através de dados da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, como a Carga Tributária sobre o PIB ??? Produto Interno Bruto  e o IDH ??? Índice de Desenvolvimento Humano ONU ??? (Organização das Nações Unidas), pudemos criar um índice, com importâncias ponderadas, de 15% e 85% respectivamente, que demonstrasse matematicamente a realidade que sentimos no dia a dia”, diz Olenike, que também é Contador.
IRBES ??? Brasil na lanterna
Em sua 9ª Edição, o estudo IRBES ??? Índice de Retorno ao Bem-Estar da Sociedade, aponta o Brasil como sendo o último de 30 países analisados entre aqueles com as mais altas cargas tributárias. Desde a primeira edição do estudo, o Brasil ocupa a última posição. Nós temos a 15ª carga tributária mais alta do mundo, entre os 193 países signatários da ONU.
A Irlanda, país em primeiro lugar no ranking, tem uma carga tributária pequena quando comparada a outros países do estudo, mas tem um excelente nível de desenvolvimento, o que faz com que tenha atingido o maior valor referente ao IRBES.
“?? possível arrecadar e investir. Vemos países da América do Sul, como Uruguai e Argentina que têm um índice de retorno maior que o do Brasil.  A campeã, Irlanda, também é um excelente exemplo de carga tributária baixa e alto desenvolvimento”, afirma o presidente do IBPT.
Ainda com relação à Irlanda, esse país é um modelo a ser seguido, pois com pouco mais de 4,6 milhões de habitantes, tem uma expectativa de vida de 82 anos, com 67% da população entre 15 e 64 anos empregada e ótimos índices de escolaridade e desenvolvimento social.
O estudo do IRBES é um instrumento de conscientização da população e do Poder Público, para que haja transparência e controle dos recursos arrecadados com tributos no país, além da cobrança para que esses recursos sejam investidos em serviços essenciais de acesso universal, garantindo o desenvolvimento do Brasil em todas as áreas.