“Zero açúcar” não é o que parece
Nutricionista explica a diferença entre “zero açúcar” e “sem adição de açúcar” — e por que isso pode afetar a saúde (e a dieta)
É comum que consumidores escolham produtos com o rótulo “zero açúcar” acreditando estar fazendo a melhor opção para a saúde. No entanto, muitos acabam se surpreendendo ao descobrir que esses itens contêm diversos adoçantes e aditivos. A confusão entre os termos “zero açúcar” e “sem adição de açúcar” é mais frequente do que se imagina e pode comprometer até mesmo os esforços de quem busca manter uma alimentação equilibrada.
Segundo Cintya Bassi, coordenadora de nutrição e dietética do São Cristóvão Saúde, entender essa diferença é fundamental. “Produtos ‘zero açúcar’ são aqueles que não têm açúcar ou contêm menos de 0,5g por porção. Já os produtos ‘sem adição de açúcar’ não recebem açúcar durante o preparo, mas ainda podem conter o açúcar natural do alimento, como no caso de um suco 100% fruta”, explica.
Muita gente associa imediatamente o rótulo “zero açúcar” a algo mais saudável — o que nem sempre é verdade. “Alimentos processados como bolos, biscoitos e doces podem ser zero açúcar, mas ainda assim conter corantes, adoçantes artificiais e outros aditivos que não são bons para o organismo”, alerta a nutricionista. Em contrapartida, um suco integral sem adição de açúcar pode ser mais nutritivo, mesmo tendo açúcares naturais.

Suco integral sem adição de açúcar pode ser mais nutritivo, mesmo tendo açúcares naturais.
Açúcar: eliminar ou equilibrar?
Com tantas campanhas contra o açúcar, é natural pensar que o ideal seria riscar esse ingrediente da alimentação, mas Cintya pondera: “O equilíbrio é a chave. O açúcar adicionado não traz nenhum benefício, então quanto menos, melhor. Mas cortar totalmente pode ser difícil e até afetar a vida social e o prazer de comer”.
Para substituir o açúcar, a indústria aposta principalmente em adoçantes artificiais como sucralose, aspartame, ciclamato e sacarina — seguros, segundo os órgãos reguladores, mas alvo de críticas por possíveis impactos na microbiota intestinal. Já os adoçantes naturais, como stevia, xilitol e eritritol, são mais bem-vistos pelos especialistas, mas têm custo mais elevado.
Embora cortar o açúcar adicionado não cause deficiências nutricionais, a substituição por produtos industrializados “fit” pode criar outras armadilhas. “Esses produtos podem conter muita gordura, sódio e aditivos. Além disso, o rótulo ‘zero açúcar’ pode levar ao consumo exagerado por dar a falsa sensação de algo leve”, diz Cintya.
A melhor estratégia, segundo a especialista, é apostar no básico: uma alimentação rica em alimentos naturais e minimamente processados. “Frutas, verduras, legumes, proteínas magras e cereais integrais devem compor a base da dieta. Quanto menos industrializados no carrinho, melhor”, afirma.
Quem deve redobrar o cuidado?
Pessoas com diabetes ou que seguem dietas de controle de peso devem ficar ainda mais atentas aos rótulos. Mas todos podem se beneficiar ao entender o que, de fato, estão consumindo. “A leitura atenta dos ingredientes é essencial para não cair nas pegadinhas”, finaliza Cintya.
Sobre o Grupo São Cristóvão Saúde
Administrado pela Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão, a Instituição é referência em saúde na cidade de São Paulo e completará 114 anos em dezembro de 2025. O Grupo promove uma grande modernização e expansão em sua estrutura física e tecnológica, investindo em equipamentos, certificações e profissionais qualificados. Atualmente, o complexo hospitalar conta com 324 leitos, além de oito Centros Ambulatoriais, que realizam milhares de consultas, proporcionando qualidade assistencial às mais de 165 mil vidas do Plano de Saúde e 28 mil vidas do Plano Odontológico.
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