Exportação em alta: 83% da indústria de dispositivos médicos mira mercado externo

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A indústria brasileira de dispositivos médicos se prepara para um crescimento acelerado nos próximos meses. Pesquisa realizada pela ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos) com suas associadas, aponta que as vendas do setor devem aumentar 80% entre março e abril deste ano, na comparação com o mesmo período de 2024. Além disso, 77% das associadas planejam aumentar sua produção; 44% aumentar o investimento e 36% pretendem expandir sua equipe para atender à nova demanda.

Quando falamos em exportação, 83% das associadas que atualmente só vendem no mercado brasileiro pretendem começar a exportar nos próximos anos. Esse dado indica um grande potencial de crescimento para a indústria de dispositivos médicos no mercado internacional. Além disso, as que já exportam preveem um aumento de 70% nas vendas nos próximos dois meses.

Segundo a ABIMO, um dos principais impulsionadores desse crescimento é o câmbio mais competitivo, que favorece as exportações e amplia a atratividade dos produtos nacionais no mercado global. “O ambiente econômico internacional também influencia as perspectivas do setor, isto porque o segundo governo Trump adota uma postura comercial mais agressiva, impondo restrições e ameaças de sobretaxação a diversos parceiros, incluindo o Brasil. Esse movimento pode impactar setores estratégicos da indústria nacional, como o de dispositivos médicos” diz Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO.

Além disso, os juros elevados no Brasil tornam mais difícil o acesso ao crédito para aquisição de equipamentos e ampliação das operações, o que reforça a estratégia das empresas de aumentar as exportações. A taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano, deve sofrer novos aumentos, segundo projeções do Comitê de Política Monetária (COPOM). Essa conjuntura exige medidas estratégicas do setor para garantir competitividade e sustentabilidade no longo prazo.

A pesquisa envolveu empresas de diversos segmentos, como médico-hospitalar (42%), odontológicos (13%), materiais de consumo (18%), implantes (18%) e outros segmentos como reabilitação e laboratório e radiologia (9%), com a maioria das operações concentradas em São Paulo (71%), mas também com presença significativa em estados como Rio de Janeiro, Paraná, e Rio Grande do Sul.

 

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