“Não era a busca pelo corpo perfeito”, conta João Haddad, empresário, influencer e namorado de Luana Andrade, que morreu na semana passada após 4 paradas cardíacas quando fazia uma lipoaspiração.
Segundo Haddad, o motivo que levou Luana a buscar o procedimento chama-se lipedema, uma inflamação no tecido adiposo, que no caso dela incomodava desde a adolescência e já havia feito a modelo perder trabalhos por causa disso.
O lipedema é uma condição que promove um acúmulo anormal de gordura, geralmente nas pernas e, às vezes, nos braços também.
“O acúmulo de gordura é resistente à dieta e ao exercício físico e se difere da obesidade porque os padrões de ganho de peso não são generalizados, são pontuais. Além disso, o lipedema, muitas vezes, leva a outros sintomas como dor, sensibilidade, hematomas e inchaço, que não são predominantes na obesidade”, explica o cirurgião plástico Ícaro Samuel, membro fundador da Associação Brasileira de Cirurgiões Plásticos (BAPS), membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS).
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Segundo Samuel, frequentemente o lipedema é confundido com a obesidade por causa da aparência nas áreas afetadas, que é muito semelhante, mas, ao contrário da obesidade comum, a doença não é resultado do excesso de calorias ou da falta de exercícios, mas sim de uma condição genética que afeta o sistema linfático e a microvasculatura. “O lipedema é caracterizado por um padrão desproporcional de distribuição de gordura, que cria uma aparência de “pêra” ou “colchão” nas áreas afetadas”, diz.
O tratamento pode envolver uma combinação de abordagens, como a drenagem linfática e o uso de meias de compressão. Em casos mais graves, a lipoaspiração serve para tratar a gordura localizada e remover o excesso, e como todas as cirurgias plásticas, ela é bastante segura, mas não é isenta de riscos. “O tromboembolismo pulmonar é uma das grandes preocupações que temos na lipo e foi o que aconteceu com Luana. Nestes casos, uma artéria do pulmão é obstruída por algo que está na corrente sanguínea ou por algum coágulo de sangue. Reforço que a lipo é segura, mas tem protocolos a serem seguidos, como exames pré-operatórios, médicos e anestesistas preparados e ambiente hospitalar com UTI”, conclui.
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