Pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) investigou os hábitos de vida e consumo dos brasileiros que moram só e, descobriu que, 48% dessas pessoas decidiram viver sozinhas por vontade própria. Para 51% dos entrevistados, contudo, morar sozinho não foi uma escolha pessoal e sim, uma consequência de algum acontecimento como, a morte do cônjuge (20%), separação (18%) ou saída dos filhos de casa (10%).
O levantamento demonstra que a experiência de viver sozinho é vista de maneira positiva pela maior parte dos entrevistados. Quatro em cada dez (41%) brasileiros que não dividem a residência com outras pessoas pretendem continuar morando só, descartando a possibilidade de no futuro dividirem o lar com outras pessoas.
Quando indagados sobre o principal significado de morar sozinho, as principais associações são independência (25%), sensação de liberdade (23%) e paz (12%). Uma parcela pequena associa essa condição a sentimentos negativos como solidão (10%), tristeza (3%) e abandono (1%). Na visão dos entrevistados, os principais benefícios de não se ter ninguém morando sob o mesmo teto é ter privacidade (50%), não ser obrigado a dar satisfação da própria vida a outras pessoas (37%), ter liberdade para realizar atividades diárias sem interferência de ninguém (30%) e poder receber visitas quando quiser (23%). Apenas 10% disseram não enxergar nenhum ponto positivo no fato de morarem sozinhos.
Já com relação as desvantagens, as mais temidas são o receio de se sentirem mal e não ter ninguém para pedir socorro (50%), não ter companhia para conversar (48%), medo de sofrer algum tipo de violência, como ter a casa assaltada (36%) e não poder contar com ninguém para dividir as despesas domésticas (23%).
Para os especialistas do SPC Brasil, o aumento do número de pessoas que moram sozinhas está relacionado a atual fase de transição demográfica, com aumento da expectativa de vida e queda nas taxas de fecundidade. Segundo dados oficiais do IBGE, há mais de 10,4 milhões de pessoas que moram sozinhas no Brasil, o que representa quase 15% de todos os domicílios do país. “Há também outros processos sociais e culturais que contribuem para o crescimento desse número, como o aumento de divórcios e a redução da quantidade de casamentos. Sem mencionar as pessoas que, em determinada fase da vida, ainda jovens, tomam esta decisão em busca de independência, autonomia ou motivadas pelo desejo de estudar e trabalhar em outra cidade”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.