Nos últimos anos, cidades por todo o Brasil tem vivido uma transformação silenciosa, mas visível: a presença crescente de painéis de LED por diversas regiões. Seja nas principais avenidas, nos cruzamentos movimentados ou em áreas de grande circulação, essas estruturas têm modificado a forma como nos relacionamos com a cidade e iniciado um debate importante — e necessário — sobre o uso dessa tecnologia no espaço urbano.

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O novo papel dos painéis de LED

Entendo perfeitamente as preocupações que esse movimento tem despertado em parte da população. Afinal, quando uma tecnologia nova ganha escala, é natural que surjam dúvidas, receios e a necessidade de compreender melhor seu impacto.

A verdade é que, apesar de ser relativamente recente em algumas localidades, o uso de painéis digitais como parte da comunicação visual das cidades já é uma realidade consolidada em diversos grandes centros urbanos ao redor do mundo — como Nova York, Londres, Seul e Tóquio. Em todos esses locais, os painéis se integraram à arquitetura das metrópoles de forma planejada, moderna e, principalmente, funcional.

LED e mídias

A mídia Out of Home (OOH), da qual os painéis de LED são uma das ferramentas mais potentes, cumpre hoje um papel estratégico não apenas na publicidade, mas na forma como as cidades se comunicam com seus habitantes.

Ela é capaz de oferecer mensagens em tempo real, campanhas educativas, alertas públicos e até conteúdos culturais. É uma mídia que conversa com as pessoas no momento em que elas estão vivendo a cidade — caminhando, dirigindo, trabalhando, se deslocando. E, quando bem aplicada, pode ser muito mais que publicidade: pode ser serviço, experiência e até utilidade pública.

Dito isso, é fundamental esclarecer que há formas responsáveis de operar essa tecnologia. Por exemplo, seguir rigorosamente as diretrizes da legislação municipal e as boas práticas recomendadas pela Associação Brasileira de Out of Home (ABOOH). Equipar os painéis com sensores de luminosidade que reduzem a intensidade da luz à noite, respeitar zonas residenciais e áreas de grande circulação de pedestres, e não veicular conteúdos que possam interferir na sinalização viária ou causar poluição visual.

Mais do que exibir mensagens, nossa missão é contribuir com uma urbanização respeitosa, que acompanhe o avanço da tecnologia sem ignorar o bem-estar da população. E isso exige equilíbrio, diálogo e, acima de tudo, responsabilidade.

O debate é válido e bem-vindo. Ele mostra que a cidade está atenta às transformações que ocorrem ao seu redor. Mas é preciso que esse debate seja pautado por informação, por conhecimento técnico e por uma visão ampla do que queremos para o nosso futuro urbano. Todos nós — poder público, empresas, cidadãos — temos um papel nesse processo de evolução da cidade.

Que sigamos avançando com consciência, clareza e compromisso com o que é melhor para nossas cidades.

Por Rouden Galvão, diretor de operações da Urbmídia

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