(Reuters) – A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira o ex-assessor especial da Presidência, e amigo do presidente Michel Temer, José Yunes, informou o advogado de defesa de Yunes. O advogado José Luis Oliveira Lima, que representa Yunes, chamou a prisão de ilegal e disse ser uma violência contra a cidadania. ????? inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimidado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar???, disse Lima em nota.
A Polícia Federal informou que não vai se manifestar ???a respeito das diligências realizadas na presente data??? por determinação do Supremo Tribunal Federal. Procurado, o STF não estava disponível de imediato para comentar.
O Palácio do Planalto não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre a prisão de Yunes.
Yunes, que é advogado, teve seu sigilo bancário quebrado pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso na mesma decisão em que foi decretada a quebra do sigilo de Temer no âmbito do chamado inquérito dos portos.
Nesse inquérito, Temer é investigado ao lado de aliados sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na edição do decreto para prorrogar os contratos de concessão e arrendamento portuários, que teria beneficiado a empresa Rodrimar S.A., que opera áreas do porto de Santos.
Também como parte dessa investigação, a PF enviou diversas perguntas a Temer no início deste ano, incluindo se ele sabia da entrega de valores pelo doleiro Lúcio Funaro a Yunes e se o presidente orientou Yunes a receber os recursos e se o dinheiro foi usado por Temer.
No início de 2017, em entrevista à revista Veja, Yunes afirmou que teria recebido um ???pacote??? de Funaro, a pedido do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
De acordo com a emissora de TV Globonews, também foi preso nesta quinta-feira o dono da Rodrimar, Antonio Celso Grecco. Procurada, a Rodrimar não estava disponível de imediato.