Os dois vereadores eleitos pelo partido Podemos em Nova Odessa, André Faganello e Paulinho Bichof, veem com bons olhos a possibilidade de fusão da legenda com o PSDB. As siglas estão entre as várias que analisam possível fusão ou formação de federações.
“Vai ser bom pro Podemos e os vereadores eleitos pelo partido”, avalia André, que está no primeiro mandato. “Tem tudo pra ser o 3º maior partido do país”, acrescenta Bichof, em sua segunda Legislatura. Ambos citaram a ampliação da representação popular, que resulta em mais recursos destinados aos municípios, além de destacar a liderança da deputada federal Renata Abreu, presidente nacional do Podemos.
Antes havia possibilidade de fusão do Podemos com o PSD de Gilberto Kassab e o MDB de Baleia Rossi. Mas as conversas não avançaram e a união com os tucanos está mais próxima. Estes e outros partidos correm o risco de não atingir a cláusula de barreira nas próximas eleições e vêm intensificando negociações para se unir em busca de sobrevivência. Ao todo, 11 legendas com representação na Câmara estão perto da linha de corte que será estabelecida.
Cláusula de barreira
Para 2026, o critério para um partido obter verba pública e tempo de TV será possuir ao menos 13 deputados federais distribuídos por um terço dos estados ou a obtenção de a partir de 2,5% dos votos válidos nas eleições à Câmara, espalhados por um terço ou mais das unidades da federação, com um mínimo de 1,5% dos votos válidos em cada uma.
A fusão do Podemos com o PSDB faz com que os partidos virem um só e não pode ser revertida. Os tucanos formam hoje uma federação com o Cidadania — os dois partidos têm uma bancada de 18 deputados, sendo 13 do PSDB e cinco da outra legenda. Os números deixam ambos em risco para 2026.
O PSDB chegou a eleger uma bancada de 99 deputados em 1998, a segunda maior da legislatura, perdendo por pouco para o antigo PFL, com 105. Mesmo nos anos em que o PT venceu as disputas para presidente, os tucanos mantiveram presença relevante na Câmara, sendo o terceiro maior partido nas eleições de 2006, 2010 e 2014. Desde 2018, com o surgimento do bolsonarismo e brigas internas na legenda, a presença vem diminuindo a cada pleito. Soma-se a isso o fato de o Cidadania já ter decidido que não vai continuar federado.
Para conter a tendência negativa, a estratégia é se unir a outros partidos. Dirigentes tucanos dizem que existe um acordo de fusão em andamento com o Podemos. A ideia é também atrair o Solidariedade para o grupo. Ainda não está decidido como ficaria o nome da legenda, mas há preocupação em manter a identidade histórica do PSDB.