1 em cada 4 no mundo com mais de 60 anos não têm mais dentes
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Quando uma pessoa sofre com grave perda dentária, seja ela parcial ou severa – quando há menos de nove dentes na boca – costuma ser reflexo da fase final de uma história de doença oral que persistiu ao longo da vida, principalmente de cárie dentária avançada e doença periodontal grave. A preocupação maior é com o edentulismo total, que é quando há a perda de todos os dentes naturais, tanto na mandíbula, quanto na maxila. A maior prevalência de edentulismo total é registrada entre as pessoas com mais de 60 anos, alerta o dentista Sérgio Kignel, em alusão ao 1º de outubro, que é o Dia do Idoso.
O especialista, que é professor titular da disciplina de Semiologia do Centro Universitário Hermínio Ometto (UNIARARAS) e diretor da Clínica Sérgio Kignel, se baseia no relatório Global oral health status report – Towards universal health coverage for oral health by 2030, documento que apresenta as metas para o ano de 2030 do Plano de Ação Global para Saúde Oral, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Considerando todas as faixas etárias, a média global de perda completa dos dentes é de 7%, com mais de 350 milhões de casos em todo o mundo. No Brasil, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 34 milhões de brasileiros adultos perderam 13 ou mais dentes, sendo que 14 milhões destas pessoas vivem sem nenhum dente no país, por conta das perdas que tiveram ao longo da vida. Comparado com os anos de 1990, o número de casos nas Américas aumentou em 88%.
Viver com dentição reduzida ou ausente pode ser psicologicamente traumático, socialmente prejudicial e funcionalmente limitante para o indivíduo afetado. Dentre as dificuldades, também se destaca a dificuldade para se alimentar. Entre as causas para a elevada incidência de edentulismo, afirma a OMS, está o fato de não haver serviços qualificados de saúde bucal em locais com poucos recursos, onde os cuidados restauradores e protéticos geralmente são inacessíveis. Outro agravante é que a perda de dentes é negligenciada por muitos, vista como algo inevitável do envelhecimento e socialmente aceita em muitas culturas.
“Se a pessoa cuidar bem dos seus dentes e fizer consultas periódicas com seu dentista, os dentes podem durar a vida inteira. Independentemente da idade, ela pode ter dentes e gengivas saudáveis se escovar pelo menos três vezes ao dia com creme dental com flúor, usar fio dental pelo menos uma vez ao dia e ir regularmente ao dentista para exames completos e limpeza”, orienta Sérgio Kignel.
5 COISAS SOBRE A SAÚDE ORAL DOS IDOSOS
Até mesmo quem escova os dentes e usa fio dental regularmente, pode ter alguns problemas específicos. Muitas pessoas na terceira idade usam dentaduras, tomam remédios e têm problemas de saúde geral. O dentista pode ajudar o idoso a lidar com estes desafios. As dicas do dentista Sérgio Kignel são:
1 – As cáries e os problemas com a raiz dos dentes são mais comuns em pessoas da terceira idade. Por isso, é importante escovar com um creme dental que contenha flúor, usar fio dental todos os dias e não deixar de ir ao dentista.
2 – A sensibilidade pode se agravar com a idade. Com o passar do tempo é normal haver retração gengival, que expõe áreas do dente que não estão protegidas pelo esmalte dental. Estas áreas podem ser particularmente doloridas quando atingidas por alimentos e bebidas quentes ou frias. Nos casos mais severos, pode ocorrer sensibilidade com relação ao ar frio e a alimentos e líquidos doces ou amargos. Se os dentes estiverem muito sensíveis, é recomendado usar um creme dental apropriado. Se o problema persistir, o dentista deve ser consultado, já que esta sensibilidade pode indicar a existência de um problema mais sério, como a cárie ou dente fraturado.
3 – As pessoas mais velhas se queixam de boca seca com frequência. Este problema pode ser causado por medicamentos ou por distúrbios da saúde. Se não tratado, pode prejudicar os dentes. O dentista pode recomendar vários métodos para manter a boca mais úmida, como tratamentos ou remédios adequados para evitar a boca seca.
4 – Enfermidades preexistentes (diabetes, problemas cardíacos ou câncer) podem afetar a saúde da boca. É recomendado conversar com o dentista sobre quaisquer problemas de saúde existentes, para que este profissional possa ter uma visão completa da situação e possa indicar uma abordagem específica.
5 – As dentaduras tornam mais fácil a vida de muitas pessoas da terceira idade, mas exigem cuidados especiais. É importante seguir as instruções do dentista e, caso ocorra qualquer problema, é indicado marcar uma consulta. Os portadores de dentaduras definitivas devem fazer um exame bucal geral pelo menos uma vez por ano.
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