O concurso Musa do Brasil 2017 está na reta final e as candidatas ao título mostraram que são antenadas quando o assunto diz respeito às mulheres. Após a votação da PEC 181, que criminaliza o aborto mesmo nas situações de estupro e em caso de risco de vida da mãe, ser aprovada em primeira instância, algumas das modelos protestaram em suas redes sociais. 

“Dezoito homens decidiram a vida de milhares de mulheres brasileiras, não deixaremos que isso seja aprovado”, disse Elga Shitara, modelo que representa o Sergipe. 
Para Kell Rosan, única representante negra no concurso, a situação exige mais atitude. “Fomos às ruas e iremos até que o projeto de lei seja engavetado, a luta também é pela vida de mulheres”. 
Paloma Salume, a primeira transexual a participar da competição não hesitou em compor o coro. “Precisamos nos unir, a PEC e outras atrocidades que vem ganhando espaço só nos mostram o quanto ainda nossa sociedade é representada por machistas, transfóbicos e conservadores. Se não mudarmos as escolhas na urna não iremos progredir”. “Fomos subjugadas”, completou Mila Viana e Graci Ribeiro, representantes do Piauí e Pernambuco, respectivamente. 
No Brasil, vários atos públicos reuniram milhares de pessoas, em sua maioria mulheres, por todo o país. Aprovado o texto-base, os deputados da comissão passarão a analisar a proposta. Nomes como Camila Pitanga, Luiza Brunet e Deborah Secco também se juntaram para dar força ao movimento contrário. 

Fotos: Divulgação/ M2 Mídia