A AAANO (Associação Amigos dos Animais de Nova Odessa) acaba
de fazer o balanço 2023 da entidade e registra uma boa notícia: pela primeira vez, em 10 anos, a ONG conseguiu diminuir o número de animais no abrigo. Em 2023, 133 vidas foram adotadas por famílias da região, o que resultou numa recontagem total de aproximadamente 400 animais sob os cuidados da AAANO no abrigo do município. Entretanto, no mesmo período, gastos com veterinários, alimentação e despesas da sede cresceram 23%.
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Dos 133 animais adotados neste ano, a AAANO revela que 93 eram filhotes e 40 eram adultos. Segundo Carlos Pinotti, presidente da entidade, é um número muito positivo, mas que ainda reflete no dia a dia da ONG. “Em nosso abrigo, a grande maioria dos animais já estão grandes, o que dificulta um pouco a adoção, já que as pessoas preferem filhotes. Vale ressaltar que muitos cães e gatos estão lá há mais de 10 anos, esperando por um lar responsável. Filhotes são recém resgatados e saem primeiro, tirando a chance dos adultos, que muitas vezes falecem sem ter a oportunidade de ter uma família”, ressalta.
Entre os adotados de 2023, o destaque foi para os gatos, com 68 vidas encaminhadas às famílias de Nova Odessa. Já de cães, o total é de 65 adoções. Para Pinotti, um ponto alto deste ano foi o projeto Adota Patas, em parceria com a Purina. “Estamos trabalhando em conjunto desde maio de 2022, e já tivemos mais de 220 animais adotados neste período. Essa união foi fundamental para cadastrar os cães e gatos presentes no abrigo e facilitar o acesso à informações sobre eles para possíveis adotantes”.
Outro ponto fundamental para o aumento de adoções e diminuição de animais no abrigo foi a conscientização da população. O time de voluntários da AAANO passou a explicar mais assiduamente o trabalho da entidade, suas dificuldades e desafios de cuidar de cães e gatos com recursos limitados. “Tivemos que mudar nosso discurso com a sociedade, por meio da imprensa, palestras e redes sociais para deixar clara a nossa realidade. Não somos um depósito de animais e sim um local de transição: resgatamos em situações extremas, cuidamos e arrumamos um lar para eles. O pensamento que a cidade tem é que simplesmente somos obrigados a recolher qualquer bicho da rua, e não é bem assim que funciona”, explica o presidente.
Menos animais; porém mais gastos
Apesar de ter diminuído o número de cães e gatos em sua sede, a AAANO registrou um gasto maior de recursos em 2023. Despesas de ração, clínicas veterinárias, água, medicação e funcionários foram 23% maior que ano passado. “Este ano tivemos mais atendimentos veterinários dentro do abrigo e precisamos investir em vacinas e medicações que evitassem novas doenças. O preço da ração também aumentou nos últimos anos e, mesmo com menor quantidade para cuidar, o gasto subiu. Outro ponto preocupante é a água da sede, que é alta devido a limpeza e atividades diárias, chegando a um gasto de quase R$4 mil por mês” relata Pinotti.
Para conseguir dar conta de todos os gastos da AAANO, o presidente trabalhou em busca de verbas que vão ajudar na manutenção do abrigo. Pinotti ressalta que, mesmo com a diminuição dos animais no abrigo, não significa que a entidade está com vagas para novos casos.”Ainda estamos acima da nossa capacidade e não vamos ficar recolhendo aleatoriamente, apenas em casos graves. Sobre as verbas, tivemos algumas respostas e vamos conseguir emendas para cobrir algumas despesas e vamos administrá-las para não termos situações de desespero por falta de recursos, para assegurar a qualidade de vida dos nossos abrigados, além de continuar na luta para que todos tenham um lar”, finaliza.
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