- Com aprovação para o tratamento de Linfoma de Células do Manto (LCM), câncer raro que atinge os linfócitos, Jaypirce (pirtobrutinitbe) chega como o primeiro e único inibidor reversível da enzima tirosina quinase de Bruton (BTK) 1,2
- O medicamento recebeu aprovação com base nos dados de eficácia e segurança do estudo clínico multicêntrico de fase 1/2 chamado BRUIN e introduz um novo tratamento para pacientes que, até o momento, tinham poucas alternativas após progressão da doença 2
- No estudo clínico global, Jaypirce tratou um total de 164 pacientes diagnosticados com a doença. Em 90 indivíduos que já tinham recebido inibidores covalentes da BTK e que não respondiam mais ao tratamento, houve diminuição do volume do tumor em cerca de 57% deles. Por volta de 20% alcançaram uma resposta completa3
São Paulo, 27 de novembro de 2023 –A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)4 aprovou no dia 27 Jaypirce (pirtobrutinibe), da farmacêutica Eli Lilly, medicamento oral para o tratamento de pacientes com Linfoma de Células do Manto (LCM), um câncer raro que atinge o sistema linfático, responsável por ajudar o corpo a combater infecções, e que surge nos linfócitos1, células do nosso sistema imunológico. Nos estudos clínicos, Jaypirce apresentou uma resposta geral ao tratamento de 57%, ou seja, em mais da metade dos pacientes houve uma diminuição do volume do tumor.3 A resposta completa foi de 19% (quando os exames não detectam sinais do câncer) e a parcial de 38% (quando há redução significativa do volume do linfoma). A duração dessa resposta teve uma mediana de 17,6 meses e a sobrevida global dos pacientes ficou em 23,5 meses.2
O Linfoma de Células do Manto (LCM) afeta 1 em cada 200 mil indivíduos por ano no mundo, sendo a maioria homens, geralmente diagnosticados a partir dos 60 anos1. A doença é resultado de linfócitos B tumorais que se originam em uma área chamada de zona do manto, na borda externa dos gânglios linfáticos.1 O câncer pode não estar apenas nos gânglios linfáticos, mas afetar também outros órgãos, como medula óssea, baço, fígado e trato digestivo.5 A média geral de sobrevida para pacientes com LCM está entre 3 a 5 anos1 e seu diagnóstico geralmente envolve vários tipos de exames, como a análise de amostras do tumor e a realização de avaliações radiológicas, entre outros. Os médicos que tratam desses pacientes são os hematologistas, especializados em doenças do sangue e cânceres sanguíneos.1
Jaypirce é um inibidor de tirosina quinase de Bruton (BTK), uma enzima envolvida na proliferação celular. É o primeiro e único inibidor da BTK reversível ou não covalente aprovado que age em mais de um local da enzima. Em outras palavras, diferentemente de outros medicamentos dessa classe que se ligam apenas em um único ponto da BTK, Jaypirce pode se ligar a vários pontos diferentes da enzima para inibir sua ação, o que evita o escape de células que desenvolvem alterações de resistência.6,7
Sua aprovação para o tratamento do Linfoma de Células do Manto foi baseada em dados de eficácia do estudo clínico internacional multicêntrico, aberto, de braço único de fase 1/2 chamado BRUIN.2
O estudo clínico incluiu um total de 164 pacientes com diagnóstico de LCM. O conjunto de análise primária para a avaliação da eficácia baseou-se nos primeiros 90 indivíduos inscritos, que não tinham comprometimento do sistema nervoso central, foram tratados com um inibidor prévio de BTK e tinham recebido uma ou mais doses de Jaypirce, com pelo menos uma área de doença radiograficamente avaliável. Os dados de eficácia de Jaypierce foram baseados na resposta global e na duração da resposta, e foram avaliados por um comitê de revisão independente. Os resultados mais recentes foram publicados no Journal of Clinical Oncology, um dos mais respeitados periódicos científicos na área da oncologia.3
Os pacientes do estudo já tinham sido tratados, em média, com três linhas de terapia anteriores, sendo que 81,1% interromperam sua terapia prévia mais recente com inibidores de BTK devido à progressão da doença e 13,3% por intolerância ao tratamento.3
“Até o momento, pessoas que vivem com LCM, que não poderiam mais ser tratadas com inibidores de BTK, tinham poucas alternativas. A aprovação de Jaypirce traz uma nova opção de tratamento e uma nova esperança para as pessoas com a doença”, afirma Luiz Magno, Diretor Médico da Eli Lilly do Brasil. “Estamos muito animados com os resultados de Jaypirce e em poder oferecer um tratamento que pode ajudar a melhorar a vida das pessoas com LCM no país.”
Sobre o Linfoma de Células do Manto (LCM)
O linfoma é dividido em duas grandes categorias: Linfoma de Hodgkin (LH) e Linfoma Não-Hodgkin (LNH) 1.
O Linfoma de Células do Manto é um dos vários subtipos de Linfoma Não-Hodgkin e surge do desenvolvimento e crescimento anormal de linfócitos B tumorais que correspondem a células normalmente existentes em uma região do linfonodo conhecida como zona do manto. Trata-se de um tipo de câncer agressivo que pode afetar também outros órgãos, como baço, medula óssea, fígado e trato digestivo.1
Os sintomas podem variar com base no volume de doença e nos órgãos envolvidos pela doença, como gânglios inchados, febres sem causa aparente, suor excessivo à noite, diminuição do apetite, perda de peso, dores de cabeça, fraqueza, fadiga e outros.1
O Linfoma de Células do Manto é distinguido pela superexpressão de uma proteína que estimula células na fase de proliferação conhecida como ciclina D1. Isso pode levar a um grande acúmulo das células do LCM e o desenvolvimento de um tumor. 1
A superexpressão da ciclina D1 é causada por uma translocação que envolve os cromossomos 11 e 14. Essa importante translocação ocorre quando os cromossomos 11 e 14 trocam material genético entre eles, resultando em dois cromossomos anormais.1. Isso está presente em mais de 90% das pessoas que vivem com o linfoma de células do manto.1
Diagnóstico, estágios da doença e tratamentos
As pessoas que vivem com Linfoma de Células do Manto recebem tratamento planejado com base em uma variedade de fatores, incluindo: estágio da doença, extensão do tumor, subtipo de LCM, sintomas, bem como sua idade e tolerabilidade.1 Os tratamentos iniciais mais comuns para LCM envolvem quimioimunoterapia1, porém não há tratamento padrão para pacientes caso o linfoma retorne após a terapia inicial.1
Pessoas que vivem com LCM e apresentam recidiva da doença podem receber tratamento com quimioimunoterapia, agentes imunomoduladores e inibidores covalentes da tirosina quinase de Bruton (BTK)6.
“O Linfoma de Células do Manto (LCM) é uma doença rara com uma taxa de sobrevida mediana de apenas 3 a 5 anos1. A introdução dos inibidores da quinase de Bruton covalentes no tratamento do LCM refratário melhorou o prognóstico dos pacientes, mas a recaída ainda é a regra, seja por conta de falha ou intolerância a essas medicações1“, comenta o Dr. Rony Schaffel, hematologista, PHD em linfoma, leucemia e transplante e professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Neste cenário, a chegada de pirtobrutinibe, o único inibidor de quinase de Bruton não covalente aprovado para uso, preencherá estas duas lacunas, pois foi demonstrada resposta em mais da metade dos pacientes resistentes aos inibidores de BTK, com uma duração mediana de consideráveis 18 meses7, versus uma sobrevida mediana depois da falha aos inibidores de BTK covalentes de menos de 12 meses8.” Além disso, segundo o especialista, os efeitos colaterais comumente relatados em outros tratamentos, como problemas cardiovasculares e sangramentos, foram minimizados.
Segurança de Jaypirce no Estudo BRUIN
As reações adversas associadas a Jaypirce utilizado como monoterapia basearam-se em dados agrupados de 583 pacientes com neoplasias hematológicas, tratados com uma dose inicial de 200 mg uma vez por dia, em monoterapia, sem aumento da dose no ensaio clínico de Fase 1/2 chamado BRUIN.2
Em pacientes com LCM, a frequência de descontinuação do tratamento devido a reações adversas foi de apenas 3% e a frequência de reduções de dose devido a reações adversas foi de 4,9%.3
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