A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está mais uma vez no centro de uma grave crise institucional. Um laudo pericial aponta que a assinatura do coronel Antônio Carlos Nunes, utilizada em um acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve Ednaldo Rodrigues no comando da entidade, é falsa. O documento, segundo a perícia, foi assinado antes mesmo da existência formal do acordo e apresenta fragilidades como a ausência de rubricas nas folhas intermediárias — o que compromete sua autenticidade.
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As suspeitas levaram o Congresso Nacional a pedir a convocação de Ednaldo para prestar esclarecimentos. Nunes, que desde 2018 sofre de problemas cognitivos e cardíacos, teria sido utilizado indevidamente no processo, sem plena capacidade para validar documentos oficiais. O histórico médico do ex-dirigente e a recorrência de assinaturas controversas agravam a crise e levantam dúvidas sobre a legitimidade do processo que garantiu a permanência de Ednaldo no cargo.
Gilmar Mendes e a CBF
Além da assinatura contestada, surgem denúncias de favorecimento a aliados com salários inflacionados, uso indevido de recursos da entidade e possível conflito de interesses com o STF — já que o ministro Gilmar Mendes, relator do processo, é fundador de uma instituição parceira da CBF.
A crise ocorre cinco anos após outro escândalo sacudir a entidade. Em 2021, o então presidente Rogério Caboclo foi afastado após ser acusado por uma funcionária de assédio moral e sexual. A denúncia expôs práticas abusivas nos bastidores da CBF e resultou na ascensão interina de Ednaldo Rodrigues, então vice-presidente.
Já em 2025, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno chegou a cogitar disputar a presidência da CBF, mas retirou sua candidatura após não receber apoio de nenhum clube brasileiro, evidenciando o controle político consolidado pelas federações.
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