4 Mitos que Sabotam o Controle da Diabetes
Até os mais bem-intencionados conselhos sobre alimentação para pessoas com diabetes podem estar completamente errados
A diabetes afeta milhões de brasileiros e, junto com o diagnóstico, vem uma avalanche de informações sobre alimentação – muitas delas imprecisas ou completamente equivocadas. Em meio a tantas “verdades absolutas” compartilhadas em grupos de WhatsApp e redes sociais, como saber o que realmente funciona?
Felipe Muller, nutricionista especializado em diabetes, e o médico Leonardo Scandolara, criadores da Tia Bete, assistente virtual que orienta pessoas com a condição, explicam que informação segura é determinante para o sucesso e manutenção do tratamento. “Quando a pessoa descobre que tem diabetes, é despejada uma grande quantidade de informação. Muitas delas vêm de fontes que não são as mais indicadas para isso, por isso é preciso ter muito cuidado com o que se lê e ouve”, comenta Scandolara.
Um dos equívocos mais comuns é acreditar que a diabetes se resume a uma simples relação com o açúcar de mesa. Segundo Muller, a questão é muito mais complexa. “Muitas pessoas acreditam que só precisam evitar o açúcar refinado, mas ignoram que diversos alimentos se transformam em glicose no organismo. E o corpo não distingue se a glicose veio de um refrigerante ou de um prato de arroz branco: ambos podem variar os níveis de açúcar no sangue de formas distintas”, explica.
Nem tudo o que é natural tá liberado
Outro equívoco comum é considerar que, por serem naturais, todas as frutas e vegetais são igualmente adequados para quem tem diabetes. “É verdade, alimentação natural realmente resolve quase tudo e é essencial para ter uma vida saudável. Mas quem tem diabetes precisa ter atenção especial com as frutas que têm índice glicêmico alto,” alerta Muller. O índice glicêmico mostra a velocidade com que o açúcar da comida chega no sangue. Quanto mais alto for esse índice, mais rápido aumenta o açúcar no sangue.
O nutricionista destaca algumas frutas que merecem atenção especial: banana bem madura, manga, melancia, uva e caqui. “Elas não são proibidas, mas é importante comer quantidades pequenas e com menos frequência para evitar picos de açúcar.”

Mais água!
A hidratação adequada é frequentemente negligenciada nas orientações para diabéticos, mas pode fazer grande diferença no controle glicêmico. “Existem alguns estudos indicando que pessoas com diabetes podem se beneficiar de uma ingestão adequada ou ligeiramente maior de água. Isso porque uma boa hidratação ajuda no controle glicêmico, facilita a eliminação do excesso de glicose pela urina, além de ajudar a prevenir problemas renais que são comuns em diabéticos.”
A conta para nortear o consumo de água de pessoas saudáveis é simples: 35 ml por quilo de peso corporal. Por exemplo, uma pessoa de 60 kg deve ingerir 2,1 litros de água por dia.
Não corte todos os carboidratos
A demonização dos carboidratos é outro equívoco comum que pode levar a desequilíbrios nutricionais importantes. “Na verdade, não precisa eliminar totalmente os carboidratos, mas escolher os tipos certos. Evite os carboidratos refinados, como açúcar branco, farinha branca, doces prontos e refrigerantes, que aumentam rapidamente o açúcar no sangue”, esclarece o médico.
O nutricionista enfatiza a importância de incluir carboidratos de qualidade: “Por outro lado, é legal incluir carboidratos bons, como tubérculos (batata-doce, mandioca e inhame), leguminosas (feijão, lentilha e grão-de-bico) e vegetais (brócolis, couve, abobrinha e cenoura), que ajudam a manter o controle da glicemia.”
Educação alimentar como ferramenta de autonomia
Felipe Muller destaca que, mais do que seguir regras rígidas, o fundamental é desenvolver conhecimento sobre alimentação. “Mais do que só reduzir carboidratos, todas as pessoas precisam entender melhor sobre alimentação, não só quem tem diabetes,” afirma. “Saber como cada alimento age no corpo, aprender sobre porções e quais alimentos são melhores para a saúde pode mudar completamente nossa vida.”
É nesse contexto que ferramentas como a IA Tia Bete ganham relevância: “A Tia Bete consegue ajudar muito bem, ensinando as pessoas a se alimentar melhor, contando carboidratos, dando dicas práticas e tirando dúvidas sobre o que comer no dia a dia, facilitando que cada pessoa consiga cuidar da sua alimentação com mais autonomia e confiança”, diz Scandolara.
O médico reforça: “não existem vilões absolutos nem soluções mágicas quando o assunto é alimentação para diabetes. O caminho mais seguro passa pelo conhecimento, pela moderação e pela personalização das escolhas alimentares de acordo com as necessidades individuais – sempre com acompanhamento profissional adequado”.
Sobre a Tia Bete
A Tia Bete é uma assistente de IA projetada por um corpo clínico formado por médicos e nutricionistas, e desenvolvida pela empresa Chatvolt, que cria agentes de IA para conversar com pessoas automaticamente. Ela foi treinada a partir das diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. Nasceu com a missão de transformar a gestão diária do diabetes em uma experiência simples, prática e inclusiva.
Tia Bete oferece suporte personalizado e funcionalidades como contagem de carboidratos, cálculos de insulina e dicas sobre estilo de vida saudável, tudo com o tom leve e acolhedor. Reconhecida pelo Prêmio Walter Minicucci de Inovação em Diabetes, a Tia Bete está incubada no InovaHC e vem sendo usada no SUS em um projeto piloto na cidade de Bofete, em São Paulo. Gratuita, a ferramenta é acessada pelo WhatsApp adicionando o número (+55 11 98050-9019) na agenda e iniciando a conversa com um simples “Olá!”.