Encerraram-se esta terça-feira os depoimentos dos investigados da ‘trama do golpe’ que seria dado para manter Jair Bolsonaro no poder depois da derrota para Lula da Silva em 2022. A expectativa é que a sentença saia já no começo do segundo semestre.
Os depoentes, em especial os generais e Bolsonaro, foram muito respeitosos com o ministro relator Alexandre de Moraes. Apesar de respeitar ‘Xandão’, Bolsonaro fez algumas ‘graças’ durante o depoimento. Ele chegou a convidar o ministro para ser seu vice em 2026 ou até ministro em eventual governo e falar que recebeu R$ 18 milhões no PIX porque ‘ninguém trabalha de graça’.
Depoimento de Bolsonaro, gracinhas
Réu, o ex-presidente foi interrogado por Moraes e negou ter planejado um suposto golpe para impedir a posse de Lula da Silva após as eleições de 2022.
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Além de Bolsonaro, outros sete aliados do ex-presidente também foram interrogados num processo considerado histórico, já que é a primeira vez que um ex-mandatário e militares de alta patente, como generais e um almirante da reserva, respondem criminalmente por tentativa de ruptura democrática no Brasil.
Diante das câmeras da TV Justiça, Bolsonaro adotou um tom mais ameno com a Corte e com Moraes do que em seus comícios públicos — chegou a pedir desculpas ao ministro do STF, com quem antagonizou nos últimos anos.
O ex-presidente voltou a negar qualquer intenção de ruptura democrática em seu governo, mas admitiu que chegou a discutir “possibilidades” de reverter o resultado eleitoral. Segundo ele, no entanto, as alternativas teriam sido descartadas por não atenderem à Constituição.
Bolsonaro foi enfático ao se desvincular dos ataques do 8 de janeiro. Após a derrota eleitoral, o ex-presidente permaneceu recluso e não fez gestos ou chamados para desmobilizar seus seguidores que contestavam o resultado das urnas e acampavam diantes de quartéis e estradas.
Nesta terça, ele chamou de “pobres coitados” e “malucos” os bolsonaristas radicais que depredaram prédios públicos em Brasília.
A ação entra em suas etapas finais, mas ainda não há data para o julgamento.
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