Há dias o mundo acompanha perplexo as dolorosas consequências do conflito
entre Israel e o Hamas. À medida que a violência cresce, o número de vítimas aumenta e o temor de possíveis sequelas na economia global também. O Oriente Médio tem papel importante como fornecedor de energia e rota marítima. Com a escalada da violência, com um número cada vez maior de vítimas, o envolvimento de outros países no conflito é visto como mais uma ameaça à estabilidade da região, o que poderia refletir em um aumento no preço do petróleo.
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É importante ressaltar que o petróleo está presente em várias cadeias produtivas e por isso o seu preço reflete em praticamente toda a economia. No Brasil, por exemplo, a gasolina compromete 5% do orçamento das famílias.
A Petrobras já declarou que o conflito deve trazer mais volatilidade ao preço do petróleo, mas que a nova estratégia comercial da companhia vai ajudar a mitigar uma eventual disparada no valor dos derivados, em especial do diesel.
De um modo geral, se o conflito se limitar a Gaza, os impactos econômicos não devem abalar a economia global. Mas caso o conflito se estenda a outros países da região, há sondagens econômicas que já apontam um impacto no mercado financeiro. A queda no crescimento global poderia chegar a 0,3%.
Outra perspectiva ruim é que com a instabilidade no cenário internacional, a tendência é que os juros altos nos Estados Unidos se mantenham elevados. E isso tem um efeito negativo para o câmbio e investimentos em países emergentes.
Pela economia global, mas principalmente pela vida de tantas pessoas inocentes, que a paz encontre o caminho nesta devastadora e cruel realidade que o mundo acompanha em choque.
Rogério Araujo é educador financeiro, especialista em mercado financeiro, fundador da Roar Educacional Consultoria e líder econômico pela Harvard School.
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