Em junho deste ano serão lembrados os 25 anos da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Atualmente formada por 20 municípios, a RMC foi criada pela Lei Complementar 870, sancionada a 19 de junho pelo governador Mário Covas.

Nestas duas décadas e meia, o conjunto de municípios da RMC passou por uma impressionante transformação. Entre 2000, ano de criação da Região Metropolitana, e 2022, ano do mais recente Censo Demográfico do IBGE, a sua população cresceu de 2,2 milhões para 3,5 milhões. Esse crescimento de 1,3 milhão é equivalente à população atual de Campinas. Poucas regiões do país passaram por uma evolução demográfica tão grande nesse período, considerando que o Brasil tem vivenciado um fenômeno de crescimento populacional cada vez menor.

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Um dos motivos que explicam esse intenso crescimento populacional na RMC, em comparação com outras regiões, é o fato de que ela tem experimentado um desenvolvimento econômico igualmente intenso, apesar das crises cíclicas no país, incluindo a mais recente, a da pandemia.

25 anos da RMC, a hora da cooperação- Por Dirceu Dalben

A RMC tem recebido um volume impressionante de investimentos, em diversas áreas, em particular no setor de alta tecnologia. Dados da Fundação Seade mostram que, somente entre 2012 e 2023, a Região Administrativa de Campinas atraiu mais de R$ 110 bilhões em investimentos, sendo a maior parte no conjunto da RMC.

A sua privilegiada estrutura logística, com a presença de Viracopos, importantes rodovias e malha ferroviária, é um dos motivos que ajudam a explicar a dinâmica de desenvolvimento da RMC. Entretanto, todo esse desenvolvimento e crescimento populacional não seria possível sem uma medida tomada em 2004.

Naquela oportunidade, estava em discussão a renovação da outorga do Sistema Cantareira, criado no regime militar para abastecer metade da Grande São Paulo, retirando água da bacia do rio Piracicaba. Em 2004, a outorga para a Sabesp operar o Cantareira estava se encerrando. Na discussão da nova outorga, a RMC e o conjunto das Bacias PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) foram beneficiadas por uma decisão inédita, que foi a gestão compartilhada do Cantareira.

Por essa gestão, as decisões sobre a operação do Sistema não ficavam apenas com a Sabesp. Toda a região passava a opinar e ajudar a decidir. E, além disso, as bacias PCJ passaram a ter maior garantia de receber água liberada do Cantareira, em benefício direto do abastecimento de várias cidades da RMC, como a própria Campinas.

Naquele momento, como prefeito de Sumaré, eu era presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC. Pois o Conselho foi determinante, ao espelhar o desejo de toda uma região, para que fosse aprovada a gestão compartilhada. Sem aquela decisão naquele momento, dificilmente a região teria condições de sustentar todo o crescimento populacional e processo de desenvolvimento nesses 25 anos.

E outro importante salto em desenvolvimento, do qual me orgulho em contribuir, está prestes a se concretizar. É a implantação do TIC (Trem Intercidades), ligando Campinas a São Paulo, com parada em Jundiaí; do TIM (Trem Inter Metropolitano), que irá de Campinas a Jundiaí, com paradas em Louveira, Vinhedo e Valinhos; e ainda duas linhas de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) conectando o futuro TIC, no Centro de Campinas, ao Aeroporto de Viracopos e às cidades de Hortolândia e Sumaré.

25 anos e o transporte

A retomada do transporte de passageiros sobre trilhos é uma pauta defendida há anos por mim e por toda a RMC. Com contratos já em andamento, as obras devem ter início em 2026. O TIM deve entrar em operação em 2029 e o TIC, em 2031, representando melhorias significativas em mobilidade urbana, facilitando o deslocamento das pessoas, levando mais segurança no trânsito e, acima de tudo, contribuindo com as questões ambientais. Nossa Frente Parlamentar de Apoio ao Transporte Ferroviário na Alesp (Assembleia Legislativa) segue acompanhando todas as etapas para a concretização deste sonho da população da RMC.

Agora é momento de celebrar as conquistas da nossa região, mas também de reafirmação de compromissos. Sobretudo, o de que a região continue atuando de forma colaborativa, integrada, entre seus municípios. Com isso, a sua força continuará sendo grande, uma voz decisiva no cenário estadual e nacional.

 

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