Exibido desde quinta-feira em um prédio na Avenida Osvaldo Aranha, o painel (banner) que associa comunismo ao PCC e a bandido solto será removido após pressão de moradores. Leonardo Zigon Hoffmann, o CEO da Life, empresa que instalou a peça na empena cega (lateral sem janelas de um prédio), confirmou que o anunciante concordou com a remoção. Segundo ele, o cliente já estaria satisfeito: “(O cliente) disse que a repercussão que pretendia em 30 dias de exibição já foi superada em um dia, pela repercussão de quem não gostou”, afirmou ao Matinal.

O Ministério Público também solicitou a retirada do banner à 113º zona eleitoral da Justiça Eleitoral após denúncia do vereador Leonel Radde (PT). Na manhã desta segunda-feira, dia 15 de agosto, o MP cumpriu um mandado de averiguação na Life pedindo cópia dos contratos, os nomes das pessoas que contrataram e as notas fiscais dos pagamentos dos serviços. “O MP-RS recebeu as respostas aos questionamentos e os encaminhou à Justiça Eleitoral com pedido para a retirada dos materiais”, informou o órgão. A decisão da Justiça ainda é aguardada.

Na denúncia ao MP, Radde classificou o outdoor como propaganda irregular e fake news, por ferir os termos da Lei Eleitoral 9.504 e Resoluções 23.607 e 23.610 do TSE. Segundo o vereador, “diversos Tribunais Eleitorais Regionais já possuem julgados no sentido da proibição desse tipo de outdoors na cidade, por caracterizarem, no seu entendimento ‘autopromoção e alavanque de campanha por meio de propaganda cuja utilização é vedada por Lei’, visto que tais artifícios ‘criam na opinião pública um estado mental de repulsa às candidaturas de esquerda'”.

Filho de um fotojornalista que foi agredido durante a ditadura, Hoffmann afirmou que colaborou com os pedidos feitos para o MP, mas disse que o outdoor será removido assim que o tempo melhorar na Capital. O alpinista para retirar a peça já estaria contratado. Perguntado sobre se checou se o conteúdo feria leis eleitorais, ele respondeu que o anúncio foi ajustado antes de ser veiculado para não trazer riscos e frisou que a peça é um anúncio publicitário, e não um conteúdo editorial.