O BBB 2025 estreou no início de janeiro, mas a empolgação inicial para o programa não se refletiu nos números de audiência. Com 24 episódios exibidos, o reality show registrou 16,1 pontos de média, o menor índice da história do programa. O melhor resultado foi na estreia, com 17 pontos, mas a tendência de queda logo se consolidou.
Esse desempenho contrasta com edições anteriores. Em 2023, a audiência ficou em 20,4 pontos, considerada baixa para os padrões do programa. Em 2024, o BBB conseguiu manter o mesmo nível, mas o cenário de 2025 aponta um desafio maior para a Globo.
A troca do “Big Boss”
A diferença mais evidente é a troca no comando. Durante anos, Boninho foi o “Big Boss” do BBB, criando estratégias, memes e interações diretas com o público.
Sua atividade nas redes sociais ajudava a manter o reality sempre em discussão, gerando engajamento e ampliando o impacto da marca. No entanto, com a saída dele e a chegada de Rodrigo Dourado – que tem um perfil mais discreto – essa conexão parece ter se enfraquecido.
O BBB e as empresas
De acordo com a MBA em Marketing e Negócios Interativos, Jennifer de Paula, esse case ajuda a entender um ponto crucial para qualquer empresa: a dependência da imagem de uma única pessoa.
“Quando um negócio está tão associado a um líder carismático, ele costuma sofrer impactos diretos com a mudança dessa liderança, se a estratégia de comunicação é fortemente baseada em um rosto específico, a marca pode se tornar dependente dessa presença, o que pode ser um risco a longo prazo”.
“Construir uma identidade empresarial mais ampla é fundamental para evitar esse tipo de problema e as empresas podem investir na criação de várias vozes e embaixadores de marca, reduzindo o impacto de eventuais mudanças na gestão. No caso do BBB, a nova direção vai precisar desenvolver formas alternativas de engajamento digital para recuperar o público e manter quente a discussão sobre o programa”
“O exemplo do Big Brother mostra como a presença digital de um líder costuma ser decisiva para a relevância de um produto, mas a estratégia ideal é garantir que a identidade do negócio não dependa exclusivamente de uma figura pública, dando mais estabilidade”, explica Jennifer de Paula.