ESPECIALISTA EM SEGURANÇA PÚBLICA É PRA RIR OU PRA CHORAR ?

Frequentemente nos deparamos com pessoas que se denominam “especialista em segurança pública”, discorrendo sobre esse importante tema, quer na mídia, quer nos debates, nos trabalhos acadêmicos, nas casas legislativas e mesmo em acaloradas discussões, via de regra, no pós fato criminoso de grande repercussão.

As opiniões são, na maioria das vezes, e aqui faço uma pausa para louvar aqueles que realmente estudam, vivem e conhecem o assunto, as mais esdrúxulas e risíveis imagináveis.

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Pessoas que jamais colocaram o trazeiro num banco de viatura policial, que jamais sentiram o cheiro da pólvora ou o calor das balas zunindo por sobre as suas cabeças e nem mesmo viram um companheiro tombar ao lado, sangrando até a morte, estufam o peito, usando meia dúzia de frases de efeito numa   retórica de filmes de ficção e se denominam “ especialistas em segurança pública”

Vivenciei por trinta longos anos a polícia onde, detive, prendi, e mesmo participei de combates com resultado morte ( o que sempre lamentamos) continuo a manter contato com policiais abnegados, agentes civis e militares talhados no serviço, comandantes de unidades policiais militares, delegados de polícia daqueles que estudam, se aperfeiçoam e vivenciam o dia a dia do combate ao crime e vejo sempre o cuidado e traquejo para emitir opiniões  e olha  que a maioria deles são mestrados no assunto, como eu e doutorados em árduos cursos  a custa sempre de concursos onde a seleção escolhe o melhor e o mais apto.

Sargentos, cabos, soldados que galgaram a custa de difíceis concursos, investigadores, escrivães e agentes talhados na arte de   buscar elementos de elucidação e combate ao crime, guardas municipais próximos a comunidade, que conhecem o combate ao crime como a palma da mão.

Todos são categóricos, todos são unanimes de   que para manter se na profissão exitosa tem que se aperfeiçoar todo dia, estudar, conhecer e avaliar até os mínimos erros para ao final emitir, com cautela opiniões pois não há sequer uma ocorrência  igual a outra.

Fico a pensar: que tristeza abate nesse profissional calejado, quando houve baboseiras do tipo:  violência se combate com inteligência, tem que desarmar a polícia para dar equidade ao combate, precisa mudar o currículo da formação do policial, morreram apenas policiais e nenhum policial ficou ferido isso é desproporcional.

De que inteligência o “ especialista” se refere? Acabe com a polícia e depois ao perigo chame o Batman: mude o currículo, mas conhece o atual ?. Sabe lá esse sujeito que o soldado da Policia Militar enfrenta concursos draconianos numa Escola Superior de Formação de Soldado? E que não  é diferente e nem menos fácil ingressar na Polícia Civil e na Guarda Municipal.

Senhor “especialista”, inscreva se num concurso destes, enfrente longas filas de inscrição, seleção, entrevistas, avaliação de conduta social, psicológicas, formação e exaustivos treinamentos além de rigorosos  estágios probatórios, daí sim poderá emitir opinião sobre o assunto.

Nós policiais já nos acostumamos com a premissa: O ser humano quando está em perigo apela para dois entes: Deus e a Polícia. Passado o perigo esquecem de Deus e amaldiçoam a Polícia.

Por favor Senhores Especialistas, não nos envergonhem, sejam coerentes.

Segurança Pública não é produto que se encontra e compra em qualquer esquina. Alias pergunte a qualquer desses ditos especialistas  em segurança pública a origem da palavra  “polícia”. Vai ser difícil encontrar a resposta

Eu te juro: Não se se rio ou se choro.

MAJOR CRIVELARI VETERANO DA POLÍCIA MILITAR EX VEREADOR

 

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