Diagnóstico precoce de tumores oculares infantis pode garantir até 90% de chance de cura

 Especialista da Afya reforça que diagnóstico tardio do retinoblastoma pode levar à perda do olho e tratamentos mais agressivos

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No dia 18 de setembro é celebrado o Dia da Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, uma data fundamental para reforçar o alerta sobre o tumor maligno raro, que afeta principalmente crianças entre 0 e 5 anos. No Brasil, são registrados cerca de 400 novos casos por ano, segundo dados do Ministério da Saúde.

O retinoblastoma pode se apresentar de três maneiras. De acordo com a A.C. Camargo Cancer Center, a forma mais comum é a unilateral, que atinge apenas um olho e representa entre 60% e 75% dos casos, sendo geralmente esporádica. A forma bilateral, que acomete os dois olhos, é quase sempre hereditária e costuma ser diagnosticada em idades mais precoces. Já a forma trilateral, mais rara e agressiva, ocorre apenas em casos hereditários bilaterais e envolve o surgimento de um tumor adicional no cérebro, conhecido como PNET (tumor neuroectodérmico primitivo).

A oftalmologista da Afya Montes Claros, Dra Amanda Barros Picanço, informa que o retinoblastoma é o tumor maligno mais comum na infância e que surge após mutações do gene RB1, responsável por controlar o ciclo celular. “É mais frequente em crianças antes dos 5 anos porque o tumor se origina de células da retina imaturas (retinoblastos), que só existem durante o desenvolvimento precoce do olho. Após essa fase, tais células desaparecem, por isso o risco diminui em crianças mais velhas e adultos”.

A médica também alerta que os principais sinais e sintomas aos quais os pais devem estar atentos incluem a leucocoria, um reflexo branco na pupila e conhecido popularmente como “olho de gato”, além do estrabismo, caracterizado pelo desalinhamento dos olhos. “Nessas condições,podem ocorrer perda ou diminuição da visão em um dos olhos, pupila dilatada que não reage à luz, olho avermelhado, doloroso ou com inflamação sem causa aparente. Em casos mais avançados, pode haver ainda aumento do tamanho do olho”, complementa a especialista.

Diagnóstico precoce de tumores oculares infantis pode garantir até 90% de chance de cura

Importância do diagnóstico precoce 

Apesar de ser o tumor maligno mais prevalente em crianças até 5 anos, aproximadamente metade desses casos ainda é diagnosticado tardiamente, o que compromete seriamente as chances de cura. Quando identificado precocemente, o retinoblastoma tem até 90% de chances de cura, segundo o Ministério da Saúde.

Para a oftalmologista da Afya Montes Claros, quando o retinoblastoma é identificado nas fases iniciais, os médicos conseguem atuar de forma menos invasiva e o diagnóstico é realizado por meio de exame oftalmológico com dilatação da pupila, utilizando a oftalmoscopia indireta. Em alguns casos, exames complementares como ultrassonografia ocular, tomografia ou ressonância magnética também são necessários.

O diagnóstico tardio, por outro lado, pode ter um impacto muito negativo. A doença pode se espalhar para além do olho, atingindo o nervo óptico, o cérebro ou até os ossos, o que reduz drasticamente as chances de cura. “Em casos mais avançados, infelizmente, é comum que haja perda total do olho afetado, além de a criança precisar passar por tratamentos mais agressivos, com maior risco de sequelas e comprometimento da qualidade de vida”, alerta a médica.

Dra Amanda esclarece que as opções de tratamento variam de acordo com o estágio do tumor, seu tamanho, localização e se afeta um ou ambos os olhos. Entre as alternativas estão a quimioterapia intraocular ou sistêmica, geralmente usada para reduzir o tumor e permitir a aplicação de terapias locais. Também podem ser indicadas terapias focais, como a fotocoagulação a laser, crioterapia (congelamento do tumor), termoterapia (uso de calor) e braquiterapia, que utiliza pequenas placas radioativas posicionadas próximas ao tumor.

“Em casos mais graves, quando não é possível preservar a visão ou a vida da criança, pode ser necessário recorrer à enucleação, que é a remoção do olho afetado. Além disso, terapias mais recentes, como a imunoterapia e outras abordagens direcionadas, estão em estudo ou já vêm sendo utilizadas em centros especializados”, conclui a especialista da Afya Montes Claros.

 

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A Afya, maior hub de educação e tecnologia para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 25 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos.

Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019. Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar.

 

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