O presidente Lula afirmou que a candidatura do presidente Joe Biden à reeleição dos EUA é um “estímulo” para que ele volte a se candidatar em 2026. A declaração foi dada em entrevista exclusiva à jornalista
Débora Bergamasco do SBT, na manhã desta quinta-feira, 06 de julho. “Nesses dias eu fui a Hiroshima, encontrei com o presidente Biden e eu perguntei se era verdade que ele iria concorrer. Ele falou ‘vou’. Eu falei, isso é um estímulo, eu sou mais novo do que ele”, disse. A entrevista completa vai ao ar hoje no jornal “SBT Brasil“, a partir das 19h50.
Lula destacou que o governo vai ter candidato à reeleição, mas que não vai permitir que ministros façam campanha antecipada. “É importante que a gente tenha muita paciência, muito cuidado. Eu não vou permitir que ministro meu faça política antes do tempo. Fazer política depois que chegar março ou abril de 2026, que ele tiver a convenção partidária, que ele quiser ser candidato, que quiser se afastar do governo ele pode ser candidato. Dado concreto é que eu trabalho muito para que governo tenha um candidato”, afirmou.
Sobre mudanças em ministérios, ele afirma que partidos não escolhem cargo. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirma ser “favorável que a gente faça os acordos necessários para garantir a governabilidade do governo”. Perguntado sobre a relação do governo com o Centrão, Lula diz que não costuma utilizar esse termo. “É uma apelido que se deu num momento histórico em que eu estava como deputado na Constituinte. Que era para evitar que a gente tivesse muitos avanços na área social”, explica.
Lula diz que é importante “conversar com os partidos”. “A orientação que os líderes do governo têm no Congresso Nacional é conversar com todos os partidos, independentemente da ideologia do partido, se é oposição, se não é oposição. A gente vai conversar com todo mundo que tem voto no Congresso Nacional”, detalha. O presidente admite que o “PT e a esquerda não têm os votos”. “Para aprovar as coisas que nós queremos, nós precisamos de votos. Então você conversa com quem tem voto”, continua.
Quando questionado sobre a vontade de o partido Progressistas querer mais participação no governo, Lula afirma que “quem escolhe o cargo é o governo”. “Se eu tiver que fazer acordo com partido político, eu vou dizer para ele: Eu tenho tal cargo, tal ministério, quero saber se você quer participar ou não. Porque se não você não governa. Sou favorável que a gente faça os acordos necessários para garantir a governabilidade do governo”, pontua.
Lula defende que os projetos do governo “são de interesse do povo brasileiro” e que tem intensificado a articulação com o legislativo. “Meu chamamento é para que todos passem para a história como o Congresso Nacional, os deputados e senadores que ajudaram a transformar esse país. Que ajudaram a extirpar o ódio desse país e a colocar mais sensibilidade, mais fraternidade, mais amor na mesa, porque é isso que o país está precisando e é isso que nós vamos construir”, pondera o presidente.
O que vai ser dos pastores bolsonaristas?
O presidente também falou sobre a escolha da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por Fernando Diniz para o comando da Seleção Brasileira e diz ser fã do treinador. Ele avalia que ele tem “personalidade, criatividade e comando do vestiário” e acha que “vai aproveitar bem” essa oportunidade. Mas ponderou sobre a geração atual de atletas brasileiros. “O problema é que a gente não tem hoje a qualidade dos jogadores que a gente já teve em outras épocas. Nós estamos numa entressafra não muito boa”, comentou. “A molecada sai do Brasil com 16, 17, 18 anos e só volta com 36, 37, 38. Nós apresentamos um trabalhador no ápice e o contratamos aposentado”, disse o presidente.
Sobre a contratação do italiano Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid que só deve chegar para treinar a Seleção em junho de 2024, Lula questionou: “Nunca foi técnico da Itália. Por que não resolve o problema da Itália, que não foi nem disputar a última Copa do Mundo?”.
Lula, claro, não deixou de comentar a difícil situação de seu time do coração, o Corinthians, que vai mal no Campeonato Brasileiro e tem lutado para não frequentar a zona de rebaixamento. “É muito fácil dirigir um time na Europa com onze jogadores de seleção. Duro é chegar aqui e pegar o Corinthians. Quero ver se o Ancelotti daria um jeito no Corinthians. Meu Corinthians tá muito sofrido”, lamentou o presidente. Lula também comentou a fase de Luan, que foi agredido recentemente por parte de torcedores organizados do Corinthians: “Acho que era melhor que ele tomasse uma decisão na vida dele. E saísse. E fosse procurar outro caminho”.
Siga sempre o Novo Momento nas redes. Instagram @novomomento