Será que o meu amigo não gosta de mim? Por que ele não brinca comigo? Por que não para de rodar? “O menino que não sabia brincar” se passa em um recreio escolar, trazendo à tona a importância da inclusão e como o brincar pode ser a porta de entrada nesse processo. De forma leve, os pequenos leitores se deparam com questões comuns a crianças típicas e atípicas. Imersa no meio da neurodiversidade, Caroline Brandão cansou de ouvir que a inclusão era uma utopia. Mãe do Theo, de sete anos (diagnosticado com TEA – Transtorno do Espectro Autista – aos 4 anos), e do João, uma criança típica de dois anos, Caroline nunca aceitou esta narrativa e foi atrás de ferramentas que pudessem auxiliar as escolas e as famílias neste processo. “Você percebe que muitas vezes a escola e as famílias querem ajudar, mas não sabem nem por onde começar, não falam sobre a diferença em sala ou em casa. Já ouvi de vários pais dos amiguinhos dos meninos que gostariam de falar sobre o tema em casa, mas não sabiam como. E, assim, o ciclo de exclusão continua, infelizmente. A gente só sente receio do que não conhece. Se eu souber o que o meu amiguinho tem, quem sabe não vou querer ajudar? Se eu souber como ele brinca, posso tentar inserir a sua brincadeira. O livro vem com este intuito: ajudar, inserir, descomplicar o assunto. A gente precisa falar sobre as diferenças. Somos todos iguais, mas também diferentes”, reforça Caroline.

 

Este ano, Theo vai para a sua quarta escola, pois as instituições, infelizmente, ainda não estão preparadas para receber crianças neurotípicas. O direito ao mediador para atender alunos com deficiência nas escolas está previsto em lei federal desde 2015, mas a realidade encontrada é bem diferente. “Já ouvi de coordenadora escolar que meu filho não ia participar da aula de inglês, porque não dominava o português, sua língua mãe. Outra disse que eu estava querendo muito, quando questionei sobre o motivo do meu filho não fazer uma aula de yoga que a escola oferecia. Muitas não sabem o que é um PEI (Plano Educacional Individualizado), não usam material adaptado. A gente precisa mudar isso de alguma forma, garantir que o ambiente escolar seja acolhedor para todos. Não dá para fazer a matrícula e tratar a criança como um peixe fora d’água. Ela tem direitos como todas as pessoas”, desabafa.

 

“Tantas outras causas já pareceram impensáveis e hoje são realidade. Por que não podemos ter uma sociedade mais inclusiva? Quando recebi o diagnóstico do Theo, eu busquei mil formas de ajudá-lo. Hoje, quase oito anos depois, penso que o essencial é que ele viva em uma sociedade que o aceite, que brinque com ele do jeito dele também e que transforme toda a sua diferença em algo que amplie o nosso modo de viver. As pessoas não são iguais e tudo bem. Como eu posso aprender com você? O que você pode acrescentar na minha caminhada? Vale para típicos e atípicos. Vale para o trabalho. Vale para a vida!”, comenta Caroline

 

Lançado pela editora Asinha, o livro “O menino que não sabia brincar” está à venda pela Amazon, Estante Virtual, Loja UmLivro, Grupo B2W (Submarino, Lojas Americanas e Shoptime), Magazine Luíza e Carrefour. No exterior, será vendido pela Amazon em países como, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Austrália, Países baixos, Suécia e Polônia

 

O menino que não sabia brincar

Editora ‏Ases da Literatura

24 páginas

Preço sugerido: R$49,90

 

Sobre a autora:

Jornalista, imersa no meio da neurodiversidade, Caroline Brandão conta histórias do que vê em seu dia a dia, como mãe do Theo, de sete anos (diagnosticado com TEA – Transtorno do Espectro Autista – aos 4 anos), e do João, uma criança típica de dois anos.