Faleceu esta quarta-feira Just Fontaine, lenda do futebol francês
aos 89 anos. Apontou 13 golos no Mundial 1958, até hoje o recorde de golos numa só edição de um Mundial.
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Fontaine começou sua carreira profissional no Casablanca, onde debutou em 1950. Em 1952, após faturar a liga marroquina, ajudou o clube a ganhar a Copa dos Campeões do Norte da África (extinto torneio entre os campeões das colônias francesas do Marrocos, Argélia e Tunísia), chamando a atenção de clubes da Metrópole.[2] O Nice levou a melhor no leilão e o contratou em 1953.[2] Em sua primeira temporada, ganhou a Copa da França de 1954 pelo novo clube.
Em 1956, após conseguir o campeonato francês pelo Nice, ele se mudou para o Reims para substituir o ídolo local Raymond Kopa, que havia ido para o Real Madrid. Fontaine marcaria 121 gols em 6 temporadas no Reims, ganhando e sendo artilheiro da Division 1 (atual Ligue 1) de 1958, ano em que levantou também a Copa da França, e 1960. O título francês de 1958 possibilitou ao Reims disputar novamente a Taça dos Campeões Europeus (atual UEFA Champions League), torneio do qual o clube fora vice-campeão dois anos antes para o Real Madrid (que naquela final descobrira o potencial de Kopa e decidiria levá-lo).
Os dois clubes novamente encontraram-se na grande final de 1959, mas Fontaine foi bem anulado e não marcou, e o clube não só de Kopa, mas de Alfredo di Stéfano e Ferenc Puskás levou a melhor, ganhando por 2-0. Fontaine foi o artilheiro daquela edição, com dez gols, quatro deles marcado logo na primeira partida, contra a equipe norte-irlandesa do Ards, contra quem marcou outros dois no jogo de volta.
A temporada 1959-60 viu-o jogar ao lado de Raymond Kopa, que voltava do Real. Ambos repetiram no clube o trio que fizera sucesso na Copa do Mundo de 1958, com Roger Piantoni, conseguindo novo campeonato francês. Fontaine terminou também artilheiro, mas afastado dos gramados desde março de 1960: fraturou a tíbia e o perônio da perna direita em jogo contra o Sochaux.[1][2] Não conseguiria recuperar-se totalmente da lesão.
Fontaine jogou sua última partida em julho de 1962, poucas semanas após sagrar-se novamente campeão francês. Anunciou o final da carreira, conseguindo um bom sustento financeiro com o dinheiro do seguro que havia feito para as suas pernas e também como garoto-propaganda da Adidas. No total, ele marcou 165 gols em 200 partidas no campeonato.
Pós-aposentadoria
Fontaine tornou-se presidente do sindicato dos jogadores da França, brigando por garantias e contratos maiores para a classe.[1][2] Ao contrário dos jogadores franceses, Pelé provavelmente não guarda referências tão boas da pessoa de Fontaine: dois anos depois do duelo na semifinal da Copa de 1958, ambos se reencontraram em excursão europeia do Santos em 1960, já após Fontaine ter sofrido a fratura que interromperia sua carreira.[14]
Ele entregou um lápis a Pelé, pedindo que assinasse na perna engessada. O brasileiro não entendeu o pedido em francês, mas sim o que Justo teria perguntado ao redor, sob irritação quanto à reação estática do Rei, se o idioma do brasileiro era “africano” ou “macaquês”. Indignado, Pelé atirou o lápis no francês, seguido de um palavrão – em bom português.[14]
O ex-jogador assumiu brevemente as rédeas da Seleção Francesa em 1967, mas foi substituído após dois jogos apenas, ambos amistosos que terminaram em derrota. Entre 1979 e 1981, treinou o selecionado de seu país natal. Chegou perto de classificar a Seleção Marroquina para a Copa do Mundo de 1982, levando o Marrocos à última etapa, onde disputaria a vaga em duas partidas contra Camarões, que venceu ambas.
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