Um grupo de vereadores de Nova Odessa assinou um projeto de emenda à Lei Orgânica do Município com objetivo de proibir que parlamentares eleitos na cidade exerçam cargo de secretário ou diretor de departamento. A iniciativa é do novato e mais votado nas eleições de 2020, Sílvio Natal (Avante), e já conta com a assinatura de outros três vereadores.

 

A discussão não é nova na cidade, mas agora se materializa na forma de projeto. No ano passado houve a aprovação de medida que aumenta para 120 dias o tempo mínimo que o vereador suplente assume após a licença daqueles que assumem cargo no Executivo, o que de certa forma acabou ‘engessando’ a manobra política bastante adotada até então.

 

O proponente e dois dos outros três que já assinaram o projeto de emenda à Lei Orgânica do Município são novatos na política. Além de Natal, Paulo Bichof (PODE) e Márcia Rebeschini (PV) ocupam pela primeira vez uma cadeira na Câmara, enquanto Oséias Jorge (DEM) foi suplente na anterior e agora está de modo cativo.

 

“Nossa motivação é que o vereador cumpra seu mandato nos quatro anos”, destaca Sílvio Natal. O vereador conta apoio dos colegas. “É algo que a população clama há um tempo”, acrescenta Rebeschini. “Quando éramos candidatos nos cobravam, então não podemos ser secretários e sim vereadores integralmente”, emenda Bichof.

 

Resta saber qual postura adotarão os demais vereadores, pela questão da ‘coerência versus conveniência’. Levi Tosta (DEM) se licenciou no mandato anterior para comandar a Secretaria de Esportes, Lazer, Cultura e Turismo. Também na legislatura passada, o agora presidente Elvis Ricardo Garcia, o Pelé (PSDB), foi secretário em duas pastas: Obras, Projetos e Planejamento Urbano e Desenvolvimento Econômico e Gestão Social.

 

O também novato Wagner Morais (PSDB) foi secretário de Governo na gestão do ex-prefeito Bill Vieira de Souza (PSDB), apesar que não tinha mandato eletivo na época. A medida proposta talvez venha a calhar agora, porque o prefeito Cláudio Schooder-Leitinho (PSD) não demonstre pretensão de ‘puxar’ nenhum vereador de sua reduzida base para Secretarias, muito menos convidar os adversários para isso.