(Reuters) – A economia brasileira iniciou 2019 com contração no primeiro trimestre, com fraqueza em indústria, agropecuária e investimentos, na primeira queda trimestral desde o fim de 2016 e confirmando o quadro de dificuldades da economia e as preocupações com as perspectivas.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve recuo de 0,2% no primeiro trimestre na comparação com os últimos três meses de 2018, informou nesta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa é a primeira contração trimestral desde os três últimos meses de 2016, em meio à profunda recessão de 2015-2016, da qual a economia ainda não conseguiu se recuperar. Agora, o país corre risco de sofrer nova recessão, aumentando a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro.
O economia também enfrentou choques, com a produção industrial sofrendo abalo na esteira do rompimento de barragem da Vale em Brumadinho (MG), no fim de janeiro.
A atividade econômica havia terminado o ano passado com crescimento de 0,1% nos três meses entre outubro e dezembro na comparação com o trimestre anterior, encerrando o ano com expansão de 1,1%.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, o PIB apresentou alta de 0,5% este ano. Os resultados ficaram em linha com a mediana das expectativas em pesquisa da Reuters.
O início de 2019 tem sido marcado pelos esforços em torno da reforma da Previdência, considerada crucial para colocar as contas públicas em ordem. As incertezas em torno do processo, entretanto, com destaque para uma falta de confiança na articulação política, tem afetado a confiança de forma generalizada.
???O que temos visto é um compasso de espera. As empresas estão postergando as opções de investimento. No momento em que dermos sinal claro de que vamos avançar na reforma da Previdência… entraremos em um ciclo produtivo e a economia vai deslanchar???, avaliou o secretário especial de Produtividade e Emprego do Ministério da Economia, Carlos da Costa, em entrevista à Globonews.
Apesar de a inflação e os juros terem permanecido em patamares baixos, a esperada retomada do consumo e da indústria não se concretizou da maneira esperada, em meio a um desemprego ainda elevado.
???Depois de 2014 houve queda no PIB e podemos dizer que a economia não recuperou o que perdeu na crise econômica???, avaliou a gerente de contas trimestrais do IBGE, Cláudia Dionisio.