Num gesto de antecipação ao que deverá ser adotado pelo governo do Estado, o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), anunciou que não há mais previsão de retorno às aulas presenciais, para os alunos matriculados nas escolas municipais. A data inicial, em todo o Estado de São Paulo, é 8 de setembro, mas há cada vez mais pressões de prefeitos, sindicatos de professores e também pais e mães de alunos para que isso seja revisto ou, no limite, o ano letivo seja definitivamente cancelado, com a aprovação automática de todos os alunos.
Há expectativa pelo anúncio de novas progressões de fases, dentro do Plano São Paulo, por parte do governador João Doria Jr, bem como um pronunciamento sobre o retorno ou não das aulas presenciais. Porém, o prefeito ressaltou que, mesmo que o governador insista em manter essa data de 8 de setembro, a prefeitura de Campinas não vai seguir essa determinação, por entender que pode colocar em risco a saúde de mais de 70 mil alunos matriculados em toda a rede municipal, dos quais 44 mil são no ensino infantil (creches e pré-escolas).
“Representantes do Estado me ligaram hoje (ontem) para saber a nossa opinião sobre a volta às aulas no dia 8 de setembro. Os prefeitos têm dúvidas. De nossa parte, não temos convicção que esse é o momento do retorno das aulas”, disse o prefeito em entrevista por meio das redes sociais. Ele afirmou ainda que pretende abrir um debate com a comunidade escolar, antes de definir uma eventual nova data.
Na RMC, há um movimento crescente que defende o adiamento ou o cancelamento definitivo do ano letivo, principalmente na educação infantil. O entendimento é que, estando em casa, as crianças até o momento ficam protegidas. Mas ninguém pode afirmar com certeza o que acontecerá, quando os alunos voltarem a frequentar as aulas, uma vez que mesmo com todos os cuidados preventivos, eventuais aglomerações serão inevitáveis, por exemplo nos horários de entrada e saída dos alunos e também nos invervalos das aulas.
Para embasar os prefeitos na tomada de decisões, a Câmara Temática de Educação da Região Metropolitana de Campinas (RMC) anunciou que está finalizando um documento onde aponta fragilidades para a retomada.