A região do DDD 19 é a segunda no Estado de São Paulo em acessos de dispositivos de banda larga móvel. Dados da Anatel mostram que em fevereiro foram registrados 2,36 milhões de acessos de equipamentos com conexão à internet, volume 23% superior ao do ano anterior, quando o número era de 1,91 milhão entre celulares e modems.
A primeira colocada é a região do DDD 11, onde está a Capital paulista, com 9,95 milhões de dispositivos. A ampliação do uso dos smartphones e a comercialização dos planos de dados pelas operadoras de telefonia celular dão suporte aos números divulgados pela agência. O avanço da tecnologia e a maior facilidade de compra de equipamentos que permitem conexão à internet estimulam os consumidores.
Mas ainda é necessário reforçar a infraestrutura para acompanhar o crescimento de mais de dois dígitos por ano do uso de banda larga móvel no País. E as empresas de telefonia investem no 4G para atender a demanda dos eventos esportivos, como a Copa do Mundo de 2014.
O levantamento mensal da Anatel apontou que entre janeiro de fevereiro deste ano foram acrescentados 160.998 dispositivos móveis com acesso à banda larga na região do DDD 19. No mesmo período de 2012, o volume foi de 103.808 celulares e modems. Em dezembro de 2012, a quantidade de aparelhos conectados era de 2,14 milhões. Ou seja, em apenas três meses, o crescimento passou dos 10%. Tanta disposição do mercado já chamou a atenção das operadoras, que reforçam a prestação de serviços e acirram a disputa pelo mercado local.
O professor dos cursos de Rede e Engenharia da Computação da Metrocamp, André Ligieri Straccialano, afirmou que o Brasil vive uma expansão forte do uso de celulares e acesso à banda larga. ???O mercado de banda larga cresce a um ritmo superior a 50% ao ano no País. Há muito espaço para expansão do uso das tecnologias de mobilidade. Mas todo esse crescimento da demanda também exige um reforço da rede???.
Um dos entraves para isso, afirmou, e que atinge empresas e consumidores é a carga tributária do setor. ???O custo do produto e do serviço fica muito mais caro em decorrência dos tributos???, criticou. Para ele, o uso em larga escala dos smartphones dá suporte para o avanço da banda larga no Brasil. ???Os consumidores estão comprando aparelhos de telefonia cada vez mais sofisticados e com vários recursos, inclusive com acesso à internet. Os usuários querem estar conectados???, disse.
O presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), Antonio Eduardo Ripari Neger, afirmou que o mercado brasileiro tem um grande potencial de crescimento de banda larga – mas alertou que o aumento da demanda de tráfego é maior do que a previsão das empresas. Ele comentou que uma grande empresa do setor projetou que até 2016 metade do tráfego de informações no mundo será por dispositivos móveis. Também segundo ele, a ampliação do mercado abre possibilidades para empresas de vários elos da cadeia da tecnologia da informação e telecomunicações.
???O gargalo hoje está na infraestrutura. As empresas estão investindo pesado nisso, e uma das apostas é a rede WiFi, que tende a ser o suporte para a conexão em áreas de grande concentração de pessoas, enquanto as redes 3G e 4G serão utilizadas em áreas nas quais não é possível cobertura pelo WiFi???, avaliou. (Correio Popular)