Não da para eleger uma profissão que esteja sentindo mais desde o início da pandemia do Covid 19. Seja pela exaustiva jornada de quem está na linha de frente na saúde, a despreparada adaptação na educação ou a escassez do turismo. De modo geral cada profissão teve reflexos negativos particulares com esse vírus que insiste em continuar matando milhares de pessoas. O número de empresas que faliram desde 2020 subiu em 12,7%, nessa estatística quem mais sofreu foram os pequenos empresários que representam 80% dos que fecharam as portas. Não que os grandes negócios não tenham sofrido, afinal a queda de faturamento foi proporcional.

Para a doença física, já encontraram antídoto. No entanto, na economia, não foi possível imunizar a todos os ramos para exterminar o vírus que vem minguando a economia brasileira desde então: a falência. O governo criou medidas de incentivo, permitiu redução salarial, criou auxílios, facilitou acordos, mas nada disso não passou de “máscara e álcool em gel” para o empresário – protege, mas não isenta de passar pela crise. É com bravura que essa classe tem se reinventado, atualizado seus meios de venda, pagamento, recebimento, entrega. É tudo novo e rápido demais, mas a valentia de quem tem coragem de assumir um negócio próprio é capaz de superar as dificuldades momentâneas.

Semelhante ao cenário da saúde, as empresas “mais velhas” têm sido mais castigadas pela crise afinal não souberam se atualizar aos métodos digitais em tão pouco tempo. As jovens se adaptaram rápido, porém se expuseram tanto que agora não estão conseguindo dar conta da demanda. Estão sem ar. Enquanto advogado empresarial somos médicos tratando empresas com doenças crônicas. Encontrar meios que os permitam continuar sonhando com seus negócios funcionando. Assim, em uma cadeia de produção, a cidade continua crescendo, os empregos não acabam e a sociedade viva em equilíbrio.

José Odécio de Camargo Júnior é advogado empresarial