Um estudo divulgado pela ONG Repórter Brasil, com base nos dados da SISAGUA (Sistema de Informação e Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano) na última segunda-feira, aponta substâncias cancerígenas nas águas das cidades de Americana e Sumaré. As águas das cidades de Santa Bárbara e Nova Odessa também foram analisadas. O levantamento foi realizado no período de 2018 a 2020.
Em Americana, foi encontrada níveis elevados da substância Rádio-228 (Radioatividade). O rádio-228 é classificado como cancerígeno para o ser humano pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. O rádio tem sido utilizado como fonte de radiação para o tratamento do câncer, em radiografias de metais e combinada com outros metais como fonte de nêutrons para pesquisa e calibração de instrumentos de radiação.
A prefeitura afirmou que “o DAE tomou conhecimento hoje da divulgação destes estudos. A autarquia realiza periodicamente testes, que apontam que a água de Americana está dentro dos parâmetros legais. Segue matéria divulgada em dezembro de 2021 sobre estas análises:
https://www.americana.sp.gov.br/americanaV6_index.php?it=1&a=noticias_americana_lista&idnot=24412
O DAE ainda não teve acesso aos detalhes deste estudo divulgado, mas está buscando se inteirar para verificar quais são os reais apontamentos”.
Em Sumaré, foram encontradas duas substâncias cancerígenas. DDT + DDD + DDE (Agrotóxicos), o inseticida DDT é classificado como provavelmente carcinogênico segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Seu uso é proibido tanto no Brasil quanto na União Europeia e é avaliado como altamente perigoso pela Pesticide Action Network. DDE e DDD são produtos derivados da degradação do DDT.
Benzo [a]pireno (substâncias orgânicas). O benzo[a]pireno é classificado como cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Além disso, é classificado como mutagênico, ou seja, substância que pode causar dano ao DNA, pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. O benzo[a]pireno pode ser encontrado na fumaça de cigarro e na combustão de veículos automotores e da madeira.
A prefeitura de Sumaré não se posicionou e afirmou que a “A BRK é a concessionária do serviço de água e esgoto na cidade. Todas as análises técnicas são direcionadas para a empresa”.
SANTA BÁRBARA E NOVA ODESSA.
Em Santa Bárbara não foram encontradas substâncias cancerígenas, porém, foi analisada uma substância que gera riscos à saúde. Ácidos haloacéticos total (Subprodutos da desinfecção). Os ácidos dicloroacético, tricloroacético, bromoacético e dibromoacético são classificados como possivelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde. Em altas concentrações, os ácidos haloacéticos também podem gerar problemas no fígado, testículos, pâncreas, cérebro e sistema nervoso. Os ácidos haloacéticos são classificados como subprodutos da desinfecção, formado quando o cloro é adicionado à água para matar bactérias e outros microorganismos patogênicos.
A prefeitura de Santa Bárbara também se posicionou. “A qualidade da água de Santa Bárbara d’Oeste atende todos os parâmetros legais e vai além daquilo que os órgãos fiscalizadores recomendam. Inclusive, Santa Bárbara d’Oeste alcançou alto nível de satisfação em saneamento básico entre os municípios associados à ARES-PCJ (órgão regulador). No quesito qualidade da água, Santa Bárbara obteve 9,9 pontos, enquanto em aspecto de satisfação 9,5 pontos. Outro órgão que já classificou a água de Santa Bárbara d’Oeste como excelente foi a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), que realizou estudos nos mananciais do Município.
Ressalta-se ainda que o DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Santa Bárbara d’Oeste possui um corpo técnico qualificado e já realiza a desinfecção na saída dos decantadores das estações de tratamento de água com o objetivo de reduzir a concentração de possíveis subprodutos de desinfecção, seguindo rigorosamente a Portaria do Ministério da Saúde, que determina os parâmetros a serem utilizados.”
Nova Odessa foi o único município da microrregião apontado que está com todas as substâncias dentro dos limites de segurança para o consumo.