Com o movimento voltando, os bares e restaurantes aos poucos vão recuperando as margens e conseguindo respirar. É o que aponta nova pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em todo o território nacional, que ouviu 1670 empresários entre os dias 24 e 31 de agosto. Quase metade (45%) disse já ter fechado o mês com lucro, número bem acima do apurado na pesquisa anterior, que mediu os resultados de junho: 37%. O número de estabelecimentos trabalhando com prejuízo também caiu, de 26% para 19% (menor patamar desde o começo da pandemia).

 

O otimismo no setor se reflete na intenção de contratar: 38% dizem que irão admitir novos colaboradores até o fim do ano, contra 36% do mês anterior. Outros 54% esperam manter o quadro atual de funcionários, e apenas 7% dizem que podem demitir. No horizonte, a chegada do verão e a Copa do Mundo também contribuem para as projeções de melhora.

 

Na questão do crédito também houve pequena melhora na pesquisa. Embora o número de empresas com empréstimos bancários tenha ficado estável, caiu o número das que se encontram inadimplentes com empréstimos regulares (de 27% para 23%). A inadimplência em relação ao Pronampe se manteve no mesmo patamar, em 15%.

 

Para Matheus Mason, presidente da Abrasel Regional Campinas, que abrange cerca de 50 municípios do interior de São Paulo, “é muito positivo ter um crescimento grande de empesas fechando no azul”. Segundo ele, ao sair de 37% para quase 50% – índice que se reflete na região – é muito bom, pois faz com que as contratações aconteçam. “As vagas estão sendo abertas e muitas preenchidas, mas ainda temos uma grande dificuldade para encontrar mão-de-obra qualificada, o que virou um dos maiores desafios para os bares e restaurantes da região no momento”, completa.

 

“Estamos retomando as margens aos poucos, graças a alguns fatores positivos, como a queda dos índices de inflação e a injeção de dinheiro na economia através de programas sociais. A volta do movimento aponta para um segundo semestre bom para a maioria. Devemos ter a confirmação da nossa previsão de gerar mais 100 mil novas vagas até o fim do ano. Mas não podemos descuidar daqueles que ainda não conseguiram colocar o negócio nos trilhos”, diz o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.