Felipe Drugovich, campeão da Fórmula 2 em 2022, esteve muito próximo de estrear-se em Grandes Prêmios de Fórmula na primeira corrida da época de 2023, no Bahrain. O piloto titular da Aston Martin, Lance Stroll, sofreu uma queda de bicicleta que quase o impediu de correr.

Drugovich é piloto de reserva da Aston Martin e esteve de plantão para substituir o mocinho filho do dono da equipe, o bilionário Lawrence Stroll. No final, o jovem Lance se mostrou em condições suficientes para participar na prova, terminando na 6.ª posição.

Mas isso não significa que o brasileiro não tenha uma carreira na Fórmula 1 em seu futuro. Na verdade, o caminho que ele construiu é, até o momento, bem sólido.

Azar de uns, sorte para outros

Claro que uma estreia inesperada na Fórmula 1 poderia criar todo um “hype” em torno do jovem Drugovich, se o resultado fosse positivo. Mas pegar uma vaga na Fórmula 1 não é o mesmo que jogar no cassino Novibet e esperar ganhar um jackpot por pura sorte. Muitos torcedores brasileiros esperam por esse jackpot sob a forma de problemas para Lance Stroll, mas o caminho ideal será desenvolver as condições para pegar uma vaga como piloto titular. Foi o que aconteceu com Oscar Piastri, o antecessor de Drugovich no título de Fórmula 2 (vencedor em 2021), que só em 2023 pegou sua vaga na Fórmula 1, na McLaren.

A necessidade de ocupar vagas: os exemplos Nyck de Vries e David Coulthard

Entretanto, no esporte e na vida sempre existe a necessidade de ocupar uma vaga que aparece. O mérito de quem ocupa a vaga é, em primeiro lugar, ter trabalhado para estar em posição de aproveitar.

Recorde-se o exemplo de Nyck de Vries, que passou longe do radar da Fórmula 1 até pegar a oportunidade de substituir Alexander Albon para o Grande Prêmio de Itália de 2022. O holandês se superiorizou claramente a seu muito mais experiente colega canadiano, Nicholas Latifi, e levou a Williams até o 9.º lugar, conquistando dois pontos. Isso lhe valeu o interesse da Red Bull e sua contratação como piloto Alpha Tauri para 2023.

Outro exemplo histórico é o de David Coulthard, que por cerca de uma década pilotou carros de ponta e conseguiu diversas vitórias em Grandes Prêmios (entre 1995 e 2003). O escocês surgiu na Fórmula 1 pegando a vaga aberta pela infelicidade do desaparecimento de Ayrton Senna, em maio de 1994.

Criar a oportunidade e aproveitá-la

A regra é igual para de Vries, para Coulhard e para todos os pilotos nessas condições: uma vaga que surge é apenas uma oportunidade. Depois de sentar no carro, o piloto precisa comprovar que segue merecendo essa oportunidade. Caso contrário, rapidamente será substituído por outro.

Em 2009, na sequência do acidente de Felipe Massa, o histórico piloto de testes da Ferrari Luca Badoer foi recompensado com a titularidade do carro. Mas sua performance foi tão fraca que ele foi substituído após duas provas.

Felipe Drugovich, além de poder colaborar no desenvolvimento da Aston Martin, é também piloto de reserva da McLaren, através de um entendimento entre as equipas com motores Mercedes. Outras oportunidades certamente surgirão para o brasileiro se mostrar entre os melhores.