Da BBC.Br- Uma série de perguntas surge diante da possibilidade da Catalunha se separar da Espanha. Nesta sexta, o Parlamento da região aprovou o início do processo de independência para “constituir uma república catalã como Estado independente, soberano, democrático e social”.
Pouco depois, o Senado espanhol aprovou a intervenção de Madri no governo catalão, aprofundando a crise no país. As medidas, amparadas no artigo 155 da Constituição espanhola, também permitem ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, destituir o presidente da Província da Catalunha, Carles Puigdemont, e todos os membros de seu governo.
O anúncio de Parlamento catalão deixou a situação sob mais tensão. Em referendo de 1º de outubro, 2 milhões de pessoas (43% do eleitorado) votaram sobre a separação. De acordo com cálculo do próprio movimento, 90% foram a favor da independência. A região tem 7,3 milhões de habitantes.
O referendo foi duramente criticado pelo governo central espanhol e reprimido pela polícia do país. Episódios de violência policial deixaram quase 900 feridos e despertaram mais protestos nessa região do nordeste espanhol. Durante a votação, também 33 policiais ficaram feridos, segundo a imprensa local.Para um observador casual na Catalunha, a área já pode parecer um país: tem um Parlamento, uma bandeira e um líder, Carles Puigdemont, e sua própria polícia, a Mossos d’Esquadra. Também oferece serviços públicos, como saúde e escolas, além de ter “missões” no estrangeiro – pequenas representações diplomáticas para promover seus produtos e buscar investimentos ao redor do mundo.Para se tornar um país, porém, a área precisa de mais: controle de fronteiras, alfândega, impostos, relações internacionais, Exército, um banco central, receita federal, controle de tráfego aéreo. Hoje, tudo isso é administrado pelo governo da Espanha.