A catarata infantil congênita é uma condição em que o cristalino, a lente natural do olho, se torna opaco, impedindo a passagem da luz e dificultando a visão clara. De acordo com dados do Ministério da Saúde, ela é uma das principais causas de cegueira infantil no Brasil, afetando cerca de 10 milhões de crianças. Essa doença pode ser hereditária ou desenvolvida ao longo da gestação.

Catarata e mais

Segundo o Dr. Ricardo Filippo, sócio da Clínica Oftalmológica de Campo Grande, no Rio de Janeiro, a doença já pode ser detectada logo após o nascimento. “A criança já nasce com a doença, que pode ser diagnosticada nos primeiros dias de vida, durante o teste do olhinho.” Esse exame, obrigatório em diversas regiões do Brasil, é essencial para detectar precocemente a catarata, permitindo que o tratamento seja iniciado o quanto antes.

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A nível mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, a cada 3 mil nascimentos, um bebê é afetado pela condição. Em 2023, por exemplo, nasceram 134 milhões de crianças, resultando em 45 mil novos casos da doença. Esses números destacam a importância do diagnóstico precoce, pois a falta de tratamento pode levar a complicações graves, como a ambliopia, conhecida como ‘olho preguiçoso’.

Com os avanços na medicina, o tratamento da catarata infantil congênita é possível e geralmente envolve a remoção cirúrgica do cristalino opaco, seguida pela correção visual com lentes intraoculares ou óculos. “Quanto mais cedo a intervenção, maiores as chances de uma recuperação visual completa,” afirma o Dr. Filippo.

 

Mas afinal, o que causa a catarata infantil congênita? De acordo com o especialista, as origens podem ser variadas. “Pode ser hereditária, mas também está associada a infecções intrauterinas, como a rubéola, ou ao uso de certos medicamentos durante a gravidez,” explica. Em muitos casos, a causa permanece desconhecida, o que torna ainda mais crucial o acompanhamento médico durante a gestação.

 

Apesar do diagnóstico de catarata congênita assustar, a maioria das crianças pode levar uma vida normal após o tratamento. “Com o avanço das técnicas cirúrgicas e dos cuidados pós-operatórios, essas crianças têm a possibilidade de recuperar a visão e viver sem grandes limitações,” destaca o Dr. Ricardo.

 

A conscientização sobre essa condição e a importância do diagnóstico precoce são passos essenciais para o combate. Com milhões de crianças afetadas no Brasil, o acesso ao tratamento adequado é uma questão de saúde pública que não pode ser ignorada.

 

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