As ações da Petrobras (PETR3, PETR4) ganharam destaque nas campanhas políticas presidenciais deste ano. Responsáveis por atrair investidores brasileiros e estrangeiros, há muitos interessados em saber como será a condução da estatal e o cenário econômico após as eleições. De acordo com os dados divulgados pela Petrobras, a composição acionária da estatal tem 45,3% de investidores estrangeiros, 36,6% de grupos de controle e 18% de investidores brasileiros.

 

As perspectivas do mercado financeiro são positivas para o período após as eleições. O principal fator que justifica o otimismo é que haverá uma definição sobre o cenário político. As incertezas provocadas por um ano eleitoral preocupam investidores e tendem a causar instabilidade na bolsa de valores.

 

A poucos dias para o segundo turno das eleições, que será disputado entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também estão mais claros os projetos em pauta, tanto para a economia, quanto para a estatal.

 

Condução política

Bolsonaro manteve a política estabelecida pelo governo Michel Temer de alinhamento do preço dos combustíveis às cotações do mercado internacional.

 

A valorização mundial do barril de petróleo favoreceu as ações da Petrobras, mas impactou o bolso dos brasileiros, que observaram a disparada dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha.

 

Pelo fato de os transportes urbano e de carga serem realizados à base do diesel, a situação provocou o aumento dos preços de produtos e serviços, levando à alta da inflação.

 

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu o pico de 11,89% no acumulado entre junho de 2021 e junho de 2022, conforme a apuração do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Na tentativa de controlar a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou os juros. Atualmente, a taxa básica Selic está fixada em 13,75% ao ano.

 

Por conta dos impactos no cenário econômico, a discussão sobre as políticas de preço da Petrobras centraram debates e propostas de campanha dos candidatos no período pré-eleitoral.

 

Na corrida presidencial contra Bolsonaro, Lula apresentou uma visão oposta à do concorrente. O candidato posicionou-se contrário à política de alinhamento do preço dos combustíveis às cotações do mercado internacional.

 

Durante a campanha, ele tem defendido a autonomia da estatal como alternativa para controlar os preços, reduzir a importação e aumentar os investimentos nas refinarias.

 

Cenários são favoráveis aos investidores

Apesar das diferenças nas propostas de condução da economia e da política de preços da Petrobras por parte dos candidatos que disputam o segundo turno, o mercado financeiro tem projeções otimistas para 2023 e as ações da estatal devem manter-se atrativas aos investimentos.

 

A expectativa é que a B3 tenha um desempenho positivo, impulsionado pelas privatizações propostas por Bolsonaro ou por programas sociais nas áreas da educação e habitação propostos por Lula.

 

A crise econômica também deve dar sinais de arrefecimento no próximo ano. O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central no último dia 7 de outubro prevê a redução da inflação e dos juros. Segundo o documento, o IPCA deve cair dos atuais 7,17% para 5% ao ano. Já a Selic deve baixar de 13,75% para 11,25% ao ano.