O barbarense Rafael Cervone, vice-presidente da Fiesp/Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), salienta ser premente agilizar a vacinação contra a Covid-19 no Brasil. “Atrasamos no planejamento, mas é fundamental e urgente recuperar o tempo perdido, pois a imunização em massa é extremamente necessária para se conter a pandemia e recuperar a economia”.

Cervone observa que, além da irreparável perda diária de numerosas vidas, a nova onda de contágio está prejudicando muito a economia, ameaçando as empresas e os empregos. “São muitos os riscos”, afirma, salientando que no plano internacional também surgem reações negativas ao recrudescimento da doença no Brasil. Vários países já adotam restrições e controles ao ingresso de brasileiros.

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), muito influente no ambiente mundial de negócios, fez preocupante alerta sobre nosso país, ressalta Cervone, citando a manifestação de preocupação da entidade nesta terça-feira, 9 de março, com o atraso da vacinação no Brasil. “Não se pode ignorar suas ponderações quanto ao fato de que a velocidade das campanhas de vacinação é crucial para reduzir outros riscos que afetam a economia, como o aumento da desigualdade, desemprego duradouro, desequilíbrio fiscal e instabilidade do mercado financeiro”, frisa o líder empresarial.

Também o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, cobrou medidas sanitárias agressivas por parte do Brasil para conter o novo repique da pandemia. Afirmou que se o Brasil não levar isso a sério afetará os países vizinhos e quase toda a América latina. “Seriedade é muito importante agora”, declarou à imprensa.

Cervone comenta que o Brasil está acostumado a aplicar mais de 70 milhões de vacinas por ano, é autossuficiente na produção de agulhas e seringas, conta com os institutos Butantan e Fio Cruz, referências mundial no desenvolvimento e produção de vacinas, alem de recursos disponíveis no orçamento de R﹩ 20 bilhões para comprar imunizantes. “Temos mais de 50 mil postos de vacinação. Falta apenas organização, planejamento e estratégia para vencermos a pandemia”, asseverou.

Para Cervone, a economia brasileira, ainda uma das maiores, apesar da queda do PIB em 2020, tem porte para priorizar a compra de vacinas e uma rápida campanha de imunização. “A questão não deve suscitar disputas políticas partidárias entre autoridades públicas. É hora de agir com seriedade, celeridade e eficiência, somando forças em favor do País”, conclui.