Enfrentando uma difícil situação financeira, totalmente quebrado, o Chipre concordou com a Grécia na separação de unidades gregas de bancos cipriotas, informou a presidência da ilha nesta sexta-feira (22), encerrando a incerteza sobre o futuro dessas operações. “Após negociações entre o presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, e o primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, foi confirmado que a questão da separação das filiais de bancos cipriotas foi resolvida com os termos mais favoráveis nas atuais circunstâncias, com um benefício significativo para o lado cipriota”, afirmou a presidência do Chipre em comunicado.
Os ministros das Finanças da zona do euro excluíram as filiais gregas dos bancos cipriotas do controverso imposto incluso no resgate internacional da ilha, na condição que aquelas unidades sejam transferidas para bancos gregos. Pelo menos duas grandes instituições financeiras gregas mostraram interesse nas unidades cipriotas, afirmaram à Reuters nesta semana autoridades do governo e do setor bancário.
R??SSIA – Por outro lado, o ministro das Finanças do Chipre, Michael Sarris, saiu de Moscou de mãos vazias nesta sexta-feira (22), depois que a Rússia rejeitou os pedidos de ajuda, deixando a ilha sozinha para acertar um acordo de resgate com a União Europeia (UE) antes de terça-feira ou enfrentar o colapso de seu sistema financeiro. A rejeição deixou o Chipre ainda mais isolado, com o prazo final para encontrar bilhões de euros exigidos pela UE em troca do resgate de 10 bilhões de euros se aproximando.
Sem um acordo, o Banco Central Europeu (BCE) afirmou na quarta-feira que cortará os fundos de emergência aos bancos do país, potencialmente tirando o Chipre do bloco monetário. “As negociações terminaram no que diz respeito ao lado russo”, afirmou o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, a repórteres após dois dias de negociações com Sarris.
BCE – Em um sinal de que está ao menos se preparando para o pior, o governo cipriota buscou poderes na quinta-feira (21) para impor controles de capital a fim de conter uma enxurrada de fundos que deixarão a ilha caso não seja firmado um acordo antes da reabertura dos bancos, que não funcionaram nesta semana. Em um rígido alerta mais cedo, o BCE disse que vai cortar a liquidez direcionada a bancos cipriotas, e uma autoridade sênior da União Europeia deixou claro à Reuters que o bloco está disposto a expulsar a ilha do grupo da moeda única para conter os danos à economia europeia.
O ultimato do BCE é dado enquanto os líderes cipriotas enfrentam dificuldades para elaborar um “plano B” para captar a contribuição de 5,8 bilhões de euros exigida pela UE em troca de um resgate de 10 bilhões de euros (13 bilhões de dólares) do próprio bloco e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Isso porque parlamentares cipriotas derrubaram mais cedo nesta semana um imposto sobre depósitos, chamando a proposta apoiada pela UE de um “assalto bancário”.