Um dos principais nomes do grupo liderado pelo PSDB em Nova Odessa, Vanderlei Cocato recentemente deixou o DEM e se filiou ao PSL (Partido Social Liberal), inclusive assumindo a presidência local. Esta semana ele concedeu entrevistas à TV WA Notícias e o portal Nova Voz, nas quais abordou diversos aspectos envolvendo a trajetória política e sua saída.
“Pensei muito e sou grato às oportunidades dadas pelo prefeito Bill em quase 18 anos”, destacou. Chefe de Gabinete da Prefeitura por quatro anos e secretário de Saúde em igual período, ele não fez críticas ao ex-prefeito, mas revelou mágoas com o grupo. “Vi indiretas em redes sociais e em entrevistas. Não é o que vou fazer, porque não é o meu perfil”, ponderou.
Muito eloquente, Cocato revelou que havia “fogo-amigo” dentro da Prefeitura e do sistema de saúde. Segundo ele, pessoas do próprio governo conspiravam e isso complicava o árduo trabalho de gerir a Saúde Municipal durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Sendo assim, não encontrou espaço mais no ninho tucano por ver muita “falsidade”.
“Isso foi exatamente o que me fez tomar a decisão de sair de lá. Essas pessoas que me atacavam se escondiam. Batiam e escondiam a mão. Só que agora estão dando mais a cara a tapa”, pontua. “Chega o momento em que você não se vê mais dentro daquilo ali, devido a isso. Tinha muita falsidade e foi acumulando por muito tempo”, acrescenta.
Ao longo dos anos, Cocato era um dos principais pilares que ajudaram a estruturar o grupo que levou Bill a governar a cidade. Tudo se iniciou com um destacado trabalho na Juventude Tucana (JPSDB). Inclusive era cogitado como um dos possíveis concorrentes a suceder o ex-prefeito, mas acabou preterido pelo médico Dr. Lourenço e o vice Vagner Barilon.
Além de negar a pecha de ‘traidor’ e ‘ingrato’, Cocato afirma que mantém contato com o deputado federal Júnior Bozzella (PSL), de Santos, que deve trazer recursos ao município. “Não somos contra quem está no governo ou quem deixou. Queremos somar com a cidade de Nova Odessa”, ressalta. O presidente diz que vai estruturar os segmentos de jovens e mulheres.
“A ideia é montar um time e, dentro desse partido, ter pessoas onde todos possam falar e participar. Serem ouvidos e não receber uma única ordem, ou de dois ou três apenas”, alfineta Cocato. O recado, evidente, foi para ‘caciques’ locais e regionais. O dirigente do PSL garante que o projeto é ter candidato a deputado em 2022, além de vereadores e prefeito em 2024.
Cocato não descartou possíveis alianças futuras com o prefeito Leitinho ou o próprio Bill, mas garantiu que a possibilidade “não se discute no momento”. Parece pouco provável a reaproximação com os tucanos, porque o PSL é o partido pelo qual se elegeu o presidente Jair Bolsonaro e que ainda tem muitos vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores.
A possibilidade de uma união tende a ser remota, devido aos caminhos adotados pelo governador João Doria (PSDB), que tem polarizado uma disputa pública com Bolsonaro. Cocato, Bill e os tucanos estavam juntos pelo ‘BolsoDoria’ no segundo turno presidencial de 2018, mas agora é impensado que voltem a se unir no futuro próximo por meio destas siglas.