A trajetória de aumento da cotação do barril de petróleo, ocorrida a partir da segunda metade de 2017, coincidiu com a mudança na política da Petrobrás de correção diária de preços atrelada à cotação internacional da commodity. Desde então, o petróleo aumentou 50,6%, em termos reais, o que tem impactado diretamente no preço dos combustíveis (gasolina e diesel).

No período de julho de 2017 a maio de 2018, os maiores aumentos no preço da gasolina, foram registrados na capital paulista (21,1%) e nos municípios de Sertãozinho (20,2%) e Campinas (17,7%). O preço médio chegou a R$ 4,27 em Sertãozinho e a R$ 4,21 em São José do Rio Preto e Franca. Os dados são do boletim Setor Sucroalcooleiro de junho, elaborado pelo CEPER/Fundace.
No País, houve elevação de 18,2% no preço real da gasolina. A região com maior incidência de tributos estaduais (ICMS) na composição do preço da gasolina ainda é a região Sul (28,44%), seguida pelas regiões Centro-Oeste e Nordeste (ambas com 28,28%), Sudeste (28,17%) e Norte (25,61%). A porcentagem restante, em torno de 13% a 20% do preço, divide-se entre custos de transporte, margens de distribuição e revenda.
O diesel também seguiu a trajetória de alta no preço. Nacionalmente, o preço médio foi de R$ 3,05 em julho de 2017 a R$ 3,63 em maio de 2018, um aumento de 19%. As cidades com maior elevação na média de preços, em maio, foram Sertãozinho (R$ 3,64); Campinas (R$ 3,62); Ribeirão Preto (R$3,55); São José do Rio Preto (R$3,53); São Paulo e Araraquara (R$3,50); e Franca (R$3,47).
???No dia a dia, a expectativa de redução expressiva no preço da gasolina nas bombas ainda é muito baixa, principalmente se a Petrobrás prosseguir com a política de reajustes diários. A menos que haja queda significativa no câmbio e no preço do barril de petróleo, o cenário não deve mudar???, avalia Luciano Nakabashi, pesquisador do CEPER e coordenador do Boletim Sucroalcooleiro, elaborado em conjunto com os pesquisadores Francielly Almeida e Marcelo Lourenço Filho.
Para Adilson de Oliveira, professor da UFRJ, se a Petrobras seguir com a política de reajuste de preços diários, a perspectiva de uma queda significativa do preço da gasolina nas bombas é baixa, a menos que o câmbio e o preço do petróleo tenham quedas significativas. ???Se isso não mudar, a gasolina vai ficar com seu preço oscilando e, no curto prazo, não tem nenhuma chance de reduzir???, analisa.