A Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecções do Estado de São Paulo, presidida pelo deputado estadual Chico Sardelli (PV), esteve reunida ontem (11/11) com o secretário estadual da Fazenda, Renato Vilella, e técnicos do órgão, retomando as discussões sobre os problemas do setor e a busca de alternativas para enfrentar a guerra fiscal com outros Estados que reduziram seus impostos, como a alíquota do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços).
Participaram da reunião o deputado Davi Zaia, o presidente do Sindivestuário, Ronald Moris Masijah, o presidente do Sinditêxtil-SP, Alfredo Bonduki, o presidente do Sinditec-Americana, Dilézio Ciamarro, o diretor da Fiesp, Miguel Elias Miguel Haddad, o diretor do Sinditêxtil, Oswaldo Oliveira, e Haroldo Silva, economista da Abit.
Uma das preocupações apresentadas é com a migração de empresas de São Paulo para outros Estados, especialmente confecções, que estão aplicando alíquotas de impostos menores. São Paulo está perdendo produção e empregos. Nos últimos 12 meses, dados oficiais apontam o fechamento de 27.851 postos de emprego no setor. “Somente esses números justificam a urgência total de medidas”, destacou o economista Haroldo Silva.
Os participantes lembraram ao secretário que o governo do Estado já reduziu a alíquota do ICMS do setor de 18% para 12% e depois para 7%, o que não provocou queda de arrecadação. Citaram ainda que outros Estados do Sul e do Sudeste já oferecem alíquota média de 2%. O trabalho da Frente visa à manutenção do parque industrial no Estado de São Paulo, prejudicado pela guerra fiscal com os Estados vizinhos.
O secretário da Fazenda pediu informações detalhadas sobre as questões apresentadas na reunião para conhecer a cadeia têxtil com profundidade. Outros encontros serão realizados com os técnicos do órgão para a discussão de novas medidas. “Tenho ciência da concorrência que o setor sofre e que a indústria é a primeira a entrar na crise. A arrecadação do Estado está caindo, mas vamos abrir uma discussão técnica e definir medidas que possam ser adotadas para o setor reagir à guerra fiscal”, disse.
“O setor têxtil sofre a concorrência asiática e a guerra fiscal com outros Estados. ?? preciso olhar com carinho para o setor, que é o primeiro gerador de mão-de-obra feminina, na confecção, e também um grande gerador de primeiro emprego. Estamos nos mobilizando para que outras indústrias não saiam de São Paulo e aumente ainda mais o desemprego”, completou Sardelli.