Uma recente pesquisa realizada pela GQ Brasil revelou dados alarmantes sobre a saúde mental masculina: 80% dos homens brasileiros nunca buscaram ajuda profissional para questões psicológicas. Apenas 16% dos entrevistados afirmaram que frequentam sessões de análise com profissionais da área da saúde, enquanto 65% reconhecem que poderiam buscar ajuda, mas ainda não o fazem.
O neuropsicólogo Aslan Alves, explica que a terapia é uma forma de se autoconhecer. “A terapia é uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento e o desenvolvimento emocional. No entanto, muitos homens ainda enfrentam estigmas e preconceitos ao buscar esse tipo de ajuda”, ressalta.
Mais aos homens
A faixa etária entre 25 e 34 anos concentra o maior percentual de homens que frequentam terapia, representando 21%. Já entre aqueles com 45 anos ou mais, o índice cai para 13%. Esses dados mostram que o comportamento masculino em relação à psicologia pode estar passando por uma transformação.
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“É interessante ver que o comportamento dos mais jovens sinaliza a perspectiva de alguma mudança nesse cenário. As novas gerações têm mais acesso à informação e demonstram ter grande potencial para quebrar tabus. Ainda assim, são indicadores pequenos, mas que trazem boas perspectivas”, avalia o neuropsicólogo.
Entre as principais queixas relatadas por homens estão a ansiedade, estresse, questões financeiras e dificuldades nos relacionamentos. Aslan Alves afirma que o tabu em torno da terapia entre homens está profundamente enraizado em estereótipos que associam a busca por ajuda a uma “fraqueza” ou falta de masculinidade. “Esse conflito entre a necessidade de terapia e o ideal de força faz com que muitos homens evitem o consultório psicológico, mesmo quando enfrentam desafios significativos em suas vidas”. Essa resistência pode resultar em níveis elevados de estresse, isolamento e, em casos extremos, quadros de depressão e ansiedade.
Sobre Aslan Alves (CPR 05/54575):
Psicólogo com pós-graduação em Neuropsicologia, especialista no atendimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Com mais de cinco anos de experiência, atualmente dedica-se ao atendimento com abordagem da TCC (Terapia Cognitiva Comportamental) e à realização de avaliações neuropsicológicas detalhadas para crianças e adultos, com desenvolvimento de protocolos personalizados para avaliação psicológica e neuropsicológica. Atuou como coordenador do setor de Neuropsicologia em clínica de saúde mental e trabalhou na linha de frente contra a COVID-19, oferecendo suporte vital aos setores clínicos, CTI e emergência durante a crise sanitária.
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