(Reuters) – A inflação ao consumidor brasileiro desacelerou em junho para 0,26%, favorecida por alimentos, num resultado abaixo do esperado e com forte queda da dispersão. Mas o acumulado em 12 meses foi a 6,70%, maior alta desde 2011.
O resultado mensal, o menor desde junho de 2012 (+0,08%), reforça a expectativa de que o Banco Central manterá o ritmo de aperto monetário na reunião da próxima semana.
Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) havia subido 0,37%, com o acumulado em 12 meses em 6,50%, exatamente no teto da meta do governo, de 4,5% com tolerância de 2 pontos percentuais. Os números de junho foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e levaram o acumulado em 12 meses ao pior resultado desde os 6,97% de outubro de 2011.
Entretanto, as taxas ficaram abaixo do esperado em pesquisa da Reuters. A expectativa sobre junho era de alta de 0,33 por cento, segundo a mediana, com as projeções variando de 0,29 a 0,37%. Já para o acumulado em 12 meses a expectativa chegava a 6,77% Outro ponto de destaque foi a forte redução do índice de difusão. Segundo o economista e sócio da Tendências Juan Jensen, o índice caiu para 54,5% em junho, ante 62% em maio.
“Acho que o quadro é positivo apesar de em 12 meses ter voltado a estourar o teto e de haver um risco grande para o futuro por causa do câmbio”, disse ele, referindo-se à desvalorização recente do real e destacando um viés de alta para sua projeção de inflação a 5,6% no fim do ano.