Durante sua partição online na reunião de terça-feira (16) do CD-RMC (Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas), o prefeito de Nova Odessa, Cláudio José Schooder, o Leitinho (PSD), ecoou as reivindicações dos colegas e cobrou do Governo do Estado a montagem de um hospital de campanha regional com leitos de enfermaria de média complexidade para o atendimento de pacientes com Covid-19 das 20 cidades, bem como a disponibilização urgente de mais leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), já “lotados”.
“Quero engrossar o coro junto com os colegas: precisamos urgentemente aqui na região de um hospital de campanha e de mais UTIs. Precisamos da ajuda do Estado também com insumos e equipamentos. Está ‘sobrando’ muito para os municípios fazerem, e às vezes não temos condições financeiras para fazer tudo. Queremos salvar vidas, mas para isso precisamos de uma atenção especial do Estado agora. Precisamos de uma atitude mais rápida do Estado para salvarmos as vidas dessas pessoas”, afirmou Leitinho.
“Nova Odessa não tem UTI. Na nossa UR (Unidade Respiratória), que fazia uma média de 30 a 40 atendimentos, hoje estão passando 140 pessoas por dia. Dos 18 leitos da UR, 13 estão ocupados. Dependemos da CROSS (Central de Regulação) para fazer transferências para UTIs, e hoje temos três pessoas aguardando vagas, que até agora não saíram. Estamos montando 11 novos leitos (em uma ala isolada do Hospital Municipal) e já fizemos a encomenda de novos equipamentos, como respiradores e monitores cardíacos. Estamos nos preparando para (cuidar de) mais pacientes”, completou o prefeito novaodessense.
Resultado
A cobrança dos prefeitos da metrópole deve ter resultado imediato. Segundo a Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), a RMC deve receber, já nesta quarta-feira, dia 17, dez novos leitos de UTI para atender os pacientes graves acometidos pelo novo coronavírus. Eles entrarão em funcionamento no HES (Hospital Estadual de Sumaré).
“Até sexta-feira (19/03), outros dez leitos de alta complexidade e mais 36 leitos de enfermaria serão criados no Hospital de Clínicas da Unicamp. E até o dia 29 deste mês, entram em funcionamento os 25 leitos de UTI e 5 leitos de enfermaria no AME (Ambulatório de Especialidades Médicas) Campinas anunciados recentemente pelo governador João Doria”, garantiu a agência em nota emitida após a reunião dos prefeitos.
O cronograma foi apresentado aos 20 prefeitos da RMC pela diretora de planejamento da DRS-7 (Departamento Regional de Saúde), Carla Fortuna, em reunião virtual do Conselho comandada pelo presidente em exercício do órgão e prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis. Ela apontou um crescimento exponencial de novos casos e óbitos na macrorregião nas últimas semanas.
Ocupação
Segundo a diretora, apesar da ocupação nominal em torno de 90%, na prática os leitos de UTI disponíveis na região já estão esgotados, e pacientes já estão morrendo aguardando uma vaga via CROSS. “Temos hoje 145 pacientes (das 42 cidades atendidas pelo DRS 7) aguardando uma UTI, mais 181 aguardando um leito de enfermaria. Na prática, é o colapso (do sistema de Saúde), a CROSS regional não está mais conseguindo regular (disponibilizar vagas em UTIs)”, afirmou Carla aos prefeitos.
Durante o encontro, os chefes do Poder Executivo da região decidiram também que vão pleitear junto ao governo estadual a criação de um hospital de campanha com leitos de enfermaria para atender os pacientes das 20 cidades. O pedido será levado ao Estado pelo diretor-executivo da Agemcamp, Bill de Souza.
Desde a manhã de segunda-feira (15), todo o Estado está numa fase ainda mais restritiva que a vermelha, chamada de “emergencial”, com regras mais rígidas para evitar aglomerações e que proíbem totalmente toda e qualquer festa ou evento coletivo, incluindo atividades esportivas e religiosas. Até o próximo dia 30, o Governo do Estado também determinou toque de recolher nos 645 municípios todos os dias, entre 20h e 5h.