O dia 28 de maio foi instituído como a data oficial de conscientização para saúde da mulher, é o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e também o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, aqui no Brasil. A importância de fixar um dia especifico para a discussão deste tema é fundamental para a construção de políticas públicas mais diversas, libertas e que garantam mais direitos as mulheres.
Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrou que cinco mulheres morrem por dia no Brasil em decorrência de complicações na gestação, seja no pré/pós-parto ou no puerpério (42 após o parto), – no mundo são 830 por dia -, é a chamada morte materna. Em 2016, 1.829 mulheres morreram desta classificação especifica.
A saúde da mulher vai muito além da sexual e reprodutiva. São os cuidados do climatério ??? período de toda vida ??? à menopausa, a assistência na violência sexual e doméstica, a garantia do aborto legal previsto em lei, o acompanhamento para os canceres de mama e útero, além da parte emocional e psicológica.
As principais causas de morte materna estão relacionadas ao período de gestação, complicações em decorrência da Aids, de hipertensão, diabetes e hemorragias.
Quando Ministro da Saúde da presidenta Dilma, implementamos ações importantes para a saúde da mulher, como o programa Rede Cegonha, que garante atendimento e acompanhamento às mulheres durante a gestação, parto e pós-parto e o desenvolvimento do bebê até dois anos de idade. Com ele, conseguimos reduzir, em 2011, 21% a taxa de mortalidade materna no Brasil e tivemos o melhor indicador em 10 anos.
Outro índice importante que reduzimos também com ajuda da Rede Cegonha foi o da mortalidade infantil – taxa que contabiliza a morte de crianças de um mês a quatro anos de idade ??? e, em 2012, assinamos o compromisso de atingir o Objetivo do Milênio da ONU de aplicar políticas públicas para a redução da mortalidade infantil.
Assim, em 2015, o Brasil atingiu a marca de corte de dois terços nos índices de mortalidade, reduzindo em 73% a taxa e foi um dos 62 países que conseguiu alcançar o Objetivo. Estou dizendo isso porque também foi divulgado este mês que, após 13 anos de queda, esta taxa cresceu 11% em 2016, no levantamento feito pelo Observatório da Criança e do Adolescente da Fundação Abrinq.
Muitos nem imaginam a importância das reduções desses números ao longo dos anos para um país como o Brasil. Avançamos bastante, claro que é preciso melhorar ainda mais, e esses últimos dados divulgados são muito preocupantes, principalmente após o corte do atual governo em políticas assistenciais fundamentais para o país. O Brasil precisa avançar e não retroceder.