Mais de 95 mil alevinos de pacu-guaçu foram soltos no rio Piracicaba, próximo ao município de Santa Maria da Serra, interior de São Paulo, no último dia 4 de outubro.

A ação fez parte do Programa de Manejo Pesqueiro da AES Brasil, que opera 12 ativos hidrelétricos no estado de São Paulo. “Há 25 anos contribuímos para a sustentabilidade do ecossistema do rio Piracicaba com o repovoamento de alevinos e com a preservação de espécies ameaçadas de extinção.

Para isso, entre outras ações, desenvolvemos estudos amplos da população de peixes e monitoramento da qualidade da água”, explica Silvio Santos, analista ambiental responsável pela ação da AES Brasil, que conta com a parceria de instituições ambientais.

Por ano, são produzidos mais de 2,5 milhões alevinos exclusivamente de espécies nativas das regiões onde a AES Brasil está presente, como curimbatá, pacu-guaçu, piapara, dourado, tabarana e piracanjuba. Eles são criados em tanques especialmente preparados para simular as condições ideais de desenvolvimento das espécies.

Nessas estruturas, os peixes são cuidadosamente monitorados em todas as etapas de crescimento, desde a incubação até atingirem o tamanho adequado para serem soltos ao longo dos rios Tietê, Mogi Guaçu, Pardo e Grande.

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Rio Piracicaba recebe 95 mil pacu-guaçu

 Diante da competência e habilidade técnica, desenvolvidas há mais de duas décadas pela companhia, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Meio Ambiente de Piracicaba convidou a AES Brasil para apoiar a ação no rio Piracicaba, que em julho registrou uma grande mortandade de peixes, devido ao descarte irregular de resíduos orgânicos na água.

Além da participação da empresa e da Prefeitura de Piracicaba, a ação também contou com o apoio das entidades Instituto Beira Rio, SOS Rio Piracicaba, Remo Piracicaba, Escoteiros São Mario, Pira no Plogging, Ascapi, Aperp, Prefeitura de Santa Maria da Serra, Amoporto e Pegada Consultoria Ambiental.

Dividida em ciclos, as ações de repovoamento abrangem os municípios localizados próximos às usinas hidrelétricas operadas pela AES Brasil: Água Vermelha, Nova Avanhandava, Promissão, Ibitinga, Bariri, Barra Bonita, Caconde, Euclides da Cunha, Limoeiro e Mogi Guaçu. Além de garantir a manutenção da biodiversidade nos reservatórios, a reprodução de alevinos também favorece as comunidades ribeirinhas pesqueiras, estimulando a economia da região.

Etapas do repovoamento do Rio Piracicaba:

  1. Peixes reprodutores são criados em tanques que simulam as condições ideais de desenvolvimento das espécies. A alimentação é balanceada e é realizado controle sanitário. Os tanques estão localizados nas estações de Hidrobiologia e Aquicultura da AES Brasil, das usinas de Barra Bonita e Promissão.
  2. É feita uma seleção dos reprodutores que já tenham iniciado a liberação de ovos. As características de cada espécie são observadas para a reprodução em laboratório.
  3. Doses de hormônios – naturais e sintéticos – são liberadas para estimular os espermatozoides dos machos e os ovos das fêmeas. Os hormônios são necessários para o amadurecimento do aparelho reprodutor.
  4. No laboratório, os estímulos naturais são controlados e as condições, como taxa de oxigenação da água e iluminação, são adaptadas para o acasalamento dos peixes.
  5. Os gametas são liberados e misturados para a fecundação e hidratação dos ovos, que são coletados e transferidos para as incubadoras. Depois de até 5 dias, eles serão transferidos para tanques externos.
  6. As larvas de peixes são cultivadas em tanques externos e ficam nestes locais entre 45 e 90 dias. Quando se transformam em alevinos com tamanho de 10 cm, são transportados e soltos em áreas de reservatórios das usinas hidrelétricas, garantindo a proteção e a conservação das espécies.
  7. Posteriormente à soltura, a AES Brasil mantém o monitoramento ativo nos reservatórios, por meio da avaliação de estatísticas de reprodução.

Em complemento ao Programa de Manejo Pesqueiro, as áreas de Meio Ambiente e Inovação da AES Brasil desenvolveram o projeto de Quimerismo, também conhecido como “barriga de aluguel de peixe”. Trata-se da criação e aplicação de técnica avançada de reprodução de peixes através de transfusão de gene de uma espécie em extinção para outra de grande quantidade, para conservação e reposição de estoques em ambiente natural.

 

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