O especialista Giancarllo Melito, professor da FGV e sócio do BTLaw, escritório com 64 anos de atuação no Brasil e no mercado internacional, liderou o debate “Regulamentação e Relações com o Mercado”, na Cards Future Payment 2018. Melito destaca seis tendências e desafios que vão afetar o setor de meios de pagamentos nos próximos anos. 1. Regulamentação do novo crediário no cartão: “Trata-se de mais uma medida para fomentar o consumo. Não é propriamente uma medida nova, pois atitudes semelhantes já foram discutidas no passado. Tem-se que tomar cuidado com este tipo de medida para não aumentar o endividamento dos consumidores menos esclarecidos”. 2. Regulamentação dos marketplaces: “Esta regulamentação não é nova, mas continua causando dúvidas no segmento. O que se precisa entender é que nem todo marketplace é meio de pagamento. Só se enquadra na regulamentação aquele que participa do processo de pagamento, acessando recursos destinados ao vendedor”. 3. Tornar as cidades mais interativas com o auxílio dos meios de pagamentos eletrônicos: “Muitas mudanças ocorrerão em um futuro próximo, face ao desenvolvimento de iniciativas mais inclusivas, de modo a facilitar a rotina das pessoas. Um exemplo é a possibilidade de se ter um único instrumento de pagamento que possa ser usado no transporte público e no pagamento de restaurantes, teatros e bares”. 4. Redução do spread bancário: “A criação das sociedades de créditos diretos – SCDs e o aumento das Fintechs que oferecem crédito para pessoas físicas são ações que podem reduzir o spread bancário e ampliar o desenvolvimento do setor a médio prazo”. 5. Tecnologia: “O desenvolvimento de tecnologias inclusivas e mais baratas é constante. O próprio uso do cartão não é mais necessário em uma transação eletrônica, mas ainda é usado no Brasil por uma questão cultural. Tecnologias como NFC e biometria tendem a ganhar espaço em um futuro próximo”. 6. Capilaridade: “Trata-se de um barreira com grande impacto no desenvolvimento do setor, pois as pequenas empresas têm grandes dificuldades em escalar um novo modelo de negócio.”