Marcelly Morena, da dupla com Karlos que está revolucionando o funk, afirma que já foi vítima de preconceito. Em relato, Marcelly conta que já foi proibida de entrar em uma boate por ser transexual.
A cantora, no entanto, não deixa se abater por comentários pejorativos e espera inspirar outros jovens a lutar contra qualquer tipo de preconceito. “Sempre tive corpão, sempre fui de malhar, meu corpo sempre foi muito diferente das trans. Então passava a impressão de uma mulher marombada, de uma dançarina gostosona. Os homens ficam doidos e falam: ‘Caramba! Ela é traveco’. Essa é a realidade pois é assim que eles falam: ‘Olha o corpo do traveco! Vai falar o que? Igual uma menina!’. ?? por aí… Então não tive tanto preconceito como já ouvi de algumas amigas”, conta Marcelly Morena.
Conheça a dupla
Karlos & Marcelly Morena decidiram trabalhar juntos após saírem de grupos bastante parecidos em estilo e visual. Karlos era líder de um grupo de gays sarados, a Tropa dos Gostosos, e Marcelly de um grupo de trans saradas, As Peguetes. O estilo musical de ambos eram bastante parecido, o funk de comunidade.
Para não deixar a ideia acabar com o término dos grupos, Karlos e Marcelly resolveram criar a dupla e juntos dar continuidade ao trabalho. O primeiro passo foi escrever uma música e editar na maior equipe de funk do Brasil: a Furacão 2000. Foi aí que surgiu a primeira música chamada “Me Processa”, que conta a história de um episódio comum na vida de ambos pois na época em que foi criada a parceria, a dupla estava com processo na justiça em andamento devido ao preconceito em que a classe que os dois defendem sofre diariamente.
Com um caminho já percorrido no funk devido a ambos já terem sido dançarinos de MCs conhecidos (Karlos trabalhava com MC Kátia e Marcelly com MC Adriano), a dupla teve o apoio de produtores, DJs e MCs do ramo musical, o que deu mais força para dar continuidade ao projeto.